Prisão de Mauro Cid irrita militares
Militares do Alto Comando relatam estar perplexos e irritados com a operação da Polícia Federal, deflagrada nesta quarta-feira (3), que teve como um dos alvos o tenente-coronel Mauro Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. A prisão de Cid acontece em um momento em que as Forças Armadas buscam criar um clima de estabilidade e despolitização após quatro anos de governo Bolsonaro.
A Operação Venire, da PF, cumpriu dezesseis mandados de busca e apreensão e seis de prisão, investigando uma suposta associação criminosa que teria fraudado cartões de vacinação de Bolsonaro e seus assessores. Cid, conforme as investigações, seria um dos supostos fraudadores.
A ação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do inquérito das milícias digitais. No entanto, segundo interlocutores, o comandante do Exército, Tomás Paiva, não foi previamente informado da operação, o que foi visto como uma ação com o objetivo de criar instabilidades. Militares afirmam que a operação deveria ter sido feita em conjunto para minimizar o impacto nas Forças Armadas.
Embora os militares reconheçam indícios de irregularidades por parte de Cid, eles consideram a prisão preventiva de um militar da ativa como uma medida extrema e uma “provocação”. A comunicação ao Exército teria ocorrido apenas às 6h, já com a PF na rua, e um coronel foi alçado para acompanhar a operação de última hora.