Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), voltou a criticar Sergio Moro, ex-juiz da Lava Jato e atual senador (União -PR). Em uma entrevista à TV Record, Mendes expressou incerteza quanto a sentir “pena ou horror” em relação ao senador Moro.
Mendes declarou: “Ele está sendo acusado de vender sentenças. Devemos rezar para não perdermos nosso senso de justiça. Caso não tenhamos sorte, devemos continuar a rezar para não perdermos nosso senso do ridículo”, fazendo referência ao caso Tacla Duran.
O ministro do STF acrescentou: “É curioso que isso tenha surgido nesse contexto. E é uma solução muito simples. Tacla Duran afirma, pelo menos é o que tem sido divulgado em todas as entrevistas, que fez um depósito de US$ 5 milhões na conta do escritório da esposa de Moro. Basta abrir a conta e esclarecer essa dúvida. Portanto, é Moro quem deve prestar esclarecimentos sobre a venda de decisões.”
Após a divulgação do vídeo, a Procuradoria Geral da República (PGR) apresentou uma denúncia por calúnia contra Moro ao STF. No documento, a vice-procuradora-geral, Lindôra Araújo, pediu a condenação do senador, citando como agravantes que o suposto crime ocorreu contra um funcionário público, na presença de várias pessoas e contra uma pessoa com mais de 60 anos. Caso a Justiça concorde com o Ministério Público, Moro pode até ser preso após um eventual processo. A ministra Cármen Lúcia é a relatora do caso.
Após a denúncia, o senador negou ter feito acusações contra Gilmar. A assessoria de Moro afirmou: “Os trechos do vídeo editado e divulgado por terceiros não revelam qualquer acusação contra o Ministro Gilmar Mendes. O senador Sergio Moro sempre se pronunciou de forma respeitosa em relação ao Supremo Tribunal Federal e seus ministros, mesmo quando provocado ou contrariado. Ele jamais agiu com intenção de ofender ninguém e repudia a denúncia apresentada de forma precipitada pela PGR, sem fundamentos e sem sequer ter ouvido previamente o senador.”
