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Marco Aurélio Mello afirma que ministros combinaram cassação de Dallagnol


O ex-ministro Marco Aurélio Mello expressou sua crítica em relação à decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de cassar o mandato do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR).

“Estão sepultando a Lava Jato e agora querem fazer o mesmo com os protagonistas. Isso, ao meu ver, não é justiça, é punição”, declarou o ex-magistrado ao jornal Estadão. “Eles esquecem algo que Machado de Assis ressaltou: o chicote muda de mão.”

Com mais de 30 anos de carreira nas instâncias superiores, Marco Aurélio foi presidente do TSE por três vezes e afirmou que o julgamento de Dallagnol foi “premeditado” e prejudica a credibilidade da Justiça Eleitoral.

“Até onde vamos chegar? É algo realmente inimaginável. O que me assusta é a unanimidade: todos concordaram. Parece que foi um julgamento premeditado, pois ocorreu de forma muito rápida”, ressaltou. “Como é possível não haver divergência? Se eu estivesse lá, seria o ‘chato'”, completou.

“É suficiente observar quem está aplaudindo essa decisão para perceber que a situação é triste. Isso apenas confirma o que o então senador Jucá disse no passado, quando surgiram casos como o Mensalão e a Lava Jato, que era necessário ‘estancar a sangria’. Que sangria? A do combate à corrupção? Eu desejo que esse combate continue, que ele aconteça. Precisamos realmente eliminar o sentimento de impunidade do cenário”, lamentou.

As críticas do ex-ministro também foram direcionadas ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde atuou até 2021. Segundo Marco Aurélio, a Corte estabeleceu uma “competência universal” ao julgar os envolvidos nas invasões ocorridas em 8 de janeiro.

“Agora, o Supremo julga o cidadão comum. É interessante. É o que eu digo: até onde vamos chegar?”, questionou.




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