Lula usa orçamento de Bolsonaro para liberar R$9 Bilhões a parlamentares
A liberação acontece antes da votação do arcabouço fiscal
O Palácio do Planalto reuniu-se com sua base de apoio para avaliar reveses e traçar estratégias para evitar novas derrotas, após a retirada de pauta do PL das fake news e a aprovação na Câmara de um PDL para derrubar trechos de decretos de Lula sobre saneamento básico. A expectativa é que o novo arcabouço fiscal, ou Regime Fiscal Sustentável, seja votado pela Câmara na próxima semana, e representantes dos ministérios da Saúde e das Relações Institucionais foram à reunião de líderes do governo para falar sobre a liberação de bilhões de reais em emendas ao Orçamento.
De acordo com Jonas Donizette (PSB-SP), vice-líder do governo na Câmara, “O Lula é um ser político. Com certeza ele chamou [os responsáveis pela] articulação política e deu uma catracada. Ele sempre diz: ‘É o governo que precisa do deputado. O deputado não precisa do governo’”. Arthur Lira, responsável por pautar o PDL do saneamento com o qual líderes do governo Lula disseram ter sido “pegos de surpresa”, afirmou que o Planalto teria mais sucesso com a distribuição de emendas do que com a repartição de ministérios a partidos aliados.
Na última semana, a ministra Nísia Trindade publicou uma portaria no Diário Oficial da União flexibilizando os critérios para deputados e senadores apresentarem mais de 3 bilhões de reais em emendas na modalidade de custeio das atenções primária e especializada à saúde. A Saúde desenvolveu um aplicativo chamado “Emendas Parlamentares – MS” para que deputados e senadores possam acompanhar a execução do dinheiro cujo destino indicaram. Tudo isso está sendo feito com foco na votação do novo arcabouço fiscal, considerado pelos líderes da base de Lula como o primeiro “teste de painel” na Câmara.