O novo número 2 da Fazenda, Dario Durigan, foi escolhido para ocupar o cargo após atuar como assessor especial na Prefeitura de São Paulo e trabalhar na Diretoria do WhatsApp, atuando diretamente nas negociações do projeto de lei das Fake News no Congresso. Sua experiência diversificada na administração pública e no setor privado é vista como uma credencial para o cargo, que envolve comandar a Fazenda quando o titular, Fernando Haddad, se ausenta do país.
Embora seja conhecido na burocracia pública, Durigan não tem a mesma fama no mercado financeiro que seu antecessor, Gabriel Galípolo, que foi indicado para a diretoria do Banco Central. Há certo receio com o ritmo das decisões da pasta a partir da troca, e ainda há dúvidas sobre como será a atuação de Durigan no dia a dia de um ministério tão grande como a Fazenda, que conduz pautas complexas como o novo arcabouço fiscal e medidas para o setor de crédito, além de diálogos com outros membros do governo e do Congresso.
A mudança ocorre em um momento crucial para o governo, com articulações de propostas-chave para a agenda econômica, como o novo arcabouço fiscal e a reforma tributária. Como representante do WhatsApp, Durigan defendeu o ponto de vista do app durante audiências públicas sobre o projeto de lei das Fake News. Ele afirmou que certos trechos representam uma intervenção muito ampla no modelo de negócios da empresa, estabelecendo condições que piorariam o serviço para o usuário.
As big techs e o governo estão em um impasse sobre o teor do texto, que teve votação adiada na semana passada em meio ao risco de derrota da base aliada. O Google também lançou uma ofensiva contra o projeto, conforme mostrou o jornal Folha de S. Paulo. Durigan entrou no WhatsApp em 2020, após acumular experiência no serviço público federal como coordenador de projetos na Advocacia-Geral da União e como assessor da Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil no governo Dilma Rousseff.
