Desigualdade social no Brasil atinge o menor nível da história em 2022, segundo IBGE
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a desigualdade social no país, medida pelo índice de Gini, registrou uma queda significativa no ano passado, passando de 0,544 para 0,518. Quanto menor o valor, menor é a desigualdade.
Com essa redução, o índice de Gini atingiu o menor patamar desde o início da série histórica em 1976, quando era de 0,623, de acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
A analista do IBGE, Alessandra Brito, afirma que a queda no índice de desigualdade em 2022, durante a presidência de Jair Bolsonaro, pode ser atribuída principalmente a dois fatores. Primeiro, o mercado de trabalho foi aquecido com a criação de novas vagas. Além disso, uma parcela significativa da população foi beneficiada pelo Auxílio Brasil.
“A entrada de quase 8 milhões de pessoas na população ocupada contribuiu para a redução média dos rendimentos, mas aparentemente essas pessoas ingressaram no mercado de trabalho com salários semelhantes, o que resultou em uma distribuição menos desigual”, avalia Alessandra. “Além disso, a renda média dos trabalhadores informais e por conta própria aumentou nesse período, o que também contribuiu para a queda no índice de desigualdade.”
Apesar da queda da desigualdade em 2022, durante o último ano de mandato de Bolsonaro, a página de esquerda “Choquei” tentou atribuir o mérito a Lula. Como resultado, o perfil foi denunciado no Twitter por disseminar fake news e a postagem foi removida das redes. Em todas as cinco regiões do país, o índice de Gini caiu, indicando uma redução na desigualdade social. A região Sul registrou o menor índice de Gini no ano passado, com 0,458, enquanto o Nordeste apresentou o índice mais alto, com 0,517.
No entanto, o IBGE destaca que a desigualdade social no Brasil ainda é significativa. Enquanto o rendimento médio domiciliar per capita do 1% mais rico da população foi de R$ 17.447 em 2022, o dos 50% mais pobres foi de R$ 537, uma diferença de 38,4 vezes.
O índice de Gini é utilizado pelo IBGE para mensurar a desigualdade social no Brasil e é amplamente disseminado internacionalmente. Ele recebe esse nome em homenagem ao matemático italiano Conrado Gini e é usado para analisar o grau de concentração de renda em determinado grupo.