Brasil se posiciona contra o isolamento da Rússia no cenário internacional
O governo brasileiro expressou sua visão de que a Rússia, apesar de ter invadido a Ucrânia há mais de um ano, não pode ser excluída das discussões do cenário mundial. Essa posição foi compartilhada pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, durante uma audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado nesta quinta-feira (11).
“Nos posicionamos contra as tentativas de isolar a Rússia em fóruns internacionais”, afirmou Vieira, segundo a Agência Brasil. O ministro alegou que excluir os russos de grupos e organizações não ajudará na busca por ações de pacificação. “Isso reduz o espaço para o diálogo e diminui as chances de uma solução negociada do conflito”, acrescentou.
Embora tenha defendido a Rússia contra um possível isolamento internacional, o chanceler brasileiro condenou a “violação da integridade territorial da Ucrânia” no Conselho de Segurança da ONU e na Assembleia Geral das Nações Unidas. No entanto, o governo de Lula se absteve de tomar partido publicamente em defesa dos ucranianos.
“Não estamos interessados em tomar lados, mas em preservar canais de diálogo com todos, que é a única maneira de contribuir efetivamente para a construção de espaços de negociação que levem a uma paz efetiva e sustentável”, afirmou Vieira durante a conversa com os senadores. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, enviou uma mensagem ao governo brasileiro, expressando esperança de obter apoio do Brasil e de outros países da América do Sul, após uma reunião com Celso Amorim, ex-chanceler brasileiro e atual assessor especial da Presidência da República, em Kiev.
“Enfatizei que o único plano capaz de deter a agr3ssã0 russa na Ucrânia é a Fórmula Ucraniana para a Paz”, afirmou Zelensky em uma postagem no Twitter. “Discutimos a possibilidade de realizar uma cúpula Ucrânia-América Latina. Espero continuar dialogando com o presidente Lula e recebê-lo na Ucrânia”, completou o presidente ucraniano.