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Moraes ignora imagens de 08/01 para julgar presos nos acampamentos


O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), quebrou o sigilo das imagens internas de segurança do Palácio do Planalto somente após 78 dias, além de não utilizar as filmagens das câmeras para analisar o caso dos manifestantes presos, segundo publicação do jornal Folha de S. Paulo.

Moraes, que é relator do inquérito no STF, só requisitou os arquivos que registraram a invasão do Planalto depois que o caso do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias, veio à tona, em 19 de abril. Após a depredação em 8 de janeiro, a Câmara e o Senado divulgaram imagens das depredações em suas instalações, e desde o dia 25 de janeiro, o STF disponibilizou as imagens do local, diz a Folha.

No entanto, o Planalto decidiu impor sigilo aos registros das câmeras em 1º de fevereiro, alegando que não era razoável a divulgação, devido a informações que exporiam métodos, equipamentos, procedimentos operacionais e recursos humanos da segurança presidencial.

Em 19 de abril, a CNN Brasil divulgou imagens inéditas do dia da invasão do Planalto, onde é possível ver agentes do GSI, incluindo o então ministro Gonçalves Dias, circulando tranquilamente entre os invasores.

No dia seguinte, o ministro do STF decidiu determinar a retirada do sigilo das imagens imposto pelo governo e determinar o envio ao STF em 48 horas. Moraes concluiu que o sigilo era inadmissível e ordenou que a Polícia Federal obtivesse “todas as imagens das câmeras do Distrito Federal” que possam auxiliar no reconhecimento facial dos invasores.

No entanto, ao votar para tornar réus os primeiros investigados suspeitos de serem executores dos atos, em 18 de abril, o ministro não descreveu de maneira individualizada a conduta de cada denunciado, nem citou as imagens ou os itens dos prédios públicos que cada um depredou.




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