Enquanto PT barra privatizações, governadores de direita defendem venda de estatais
A polarização entre esquerda e direita na política brasileira está evidente no debate sobre a privatização de empresas estatais. Enquanto o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cumpriu uma promessa de campanha e retirou os Correios e outras seis empresas públicas da lista de privatizações, governadores eleitos ou reeleitos com uma plataforma liberal na economia estão intensificando seus esforços para passar empresas de seus estados para a iniciativa privada.
O governo petista tirou do Programa Nacional de Desestatização (PND) estatais como Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev). A ação está alinhada com outras iniciativas do governo, como a interrupção de estudos sobre a privatização da Petrobras, a maior empresa pública do país.
Bandeira histórica do PT, o veto às privatizações tem sido defendido por Lula desde a campanha eleitoral do ano passado. Para os petistas, as empresas estatais são patrimônio público e devem atuar alinhadas com objetivos traçados pelo estado.
Por outro lado, governadores de partidos mais à direita, como Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul, Ratinho Jr. (PSD), do Paraná, e Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, defendem um estado mais enxuto e expuseram planos de privatização ou concessão de estatais e obras de infraestrutura em um evento promovido pelo Bradesco em São Paulo. Para eles, a venda das estatais melhora a eficiência dos serviços e evita que os cofres públicos arquem com eventuais prejuízos causados por aparelhamento e má administração.
A polarização política e ideológica no Brasil continua a influenciar a tomada de decisões governamentais e pode ter impactos significativos no futuro econômico do país.