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Quatro anos após sair do Brasil, Jean Willys deseja voltar e “desbolsonarizar o país”


Depois de quatro anos exilado devido a supostas ameaças de morte, o ex-deputado federal Jean Wyllys planeja voltar ao Brasil neste ano. Wyllys é um dos representantes mais incisivos da esquerda brasileira e acredita na urgência de “desbolsonarizar” a política e a sociedade brasileiras. Em entrevista ao jornal O Globo, feita por aplicativo de troca de mensagens, Wyllys disse: “Ou nos restará puxar a cadeira, sentar e esperar a história se repetir. Sem responsabilização dos culpados não há reconciliação nem aprendizado para o futuro.”

Apesar de ser filiado ao PT, Wyllys afirma que não foi convidado para participar do novo governo. Ele afirma ser vítima de fake news e está escrevendo uma tese de doutorado sobre o tema na Universidade de Barcelona.

Wyllys afirma que pretende voltar ao Brasil para atuar intelectual e politicamente, junto com outros exilados como Marcia Tiburi e Debora Diniz. Ele acredita na necessidade de se “desbolsonarizar” o Brasil, não apenas do governo, mas da sociedade em geral, e afirma que é importante enfrentar a extrema-direita e sua ideologia em todos os níveis, incluindo no plano das políticas econômicas.

Renunciar ao mandato parlamentar não foi uma escolha fácil para Wyllys, mas ele acredita que não tinha alternativa. “Ou abria mão ou morreria”, disse ele. Após escapar por pouco de um linchamento em 2016, Wyllys passou a viver em cárcere privado, acompanhado por seguranças. Ele afirma que a violência contra ele se intensificou após o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco.

Sobre a força do bolsonarismo no Rio de Janeiro e a possível candidatura do senador Flavio Bolsonaro à prefeitura da capital, Wyllys afirma que o Rio se tornou um narcoestado, onde as fronteiras entre instituições e crime organizado estão borradas.




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