O ex-secretário executivo da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), Fernando de Sousa Oliveira, foi o primeiro a depor na CPI que investiga os atos antidemocráticos em Brasília, na Câmara Legislativa do Distrito Federal. Durante seu depoimento, ele afirmou que a Polícia Militar do DF não cumpriu os protocolos previamente planejados para o dia 8 de janeiro, quando ocorreram as invasões e depredações das sedes dos Três Poderes.
Fernando apontou que orientações importantes como o reforço de efetivo nas adjacências, a não permissão de acesso de pessoas e veículos à Praça dos Três Poderes, e a presença de tropas especializadas em controle do distúrbio civil, não foram cumpridas pela PMDF. Ele destacou que a PMDF é uma polícia de excelência, mas que o protocolo de ações integradas não foi executado, o que resultou em uma certa passividade no dia dos ataques.
“Praticamente não teve resistência à invasão. Não posso fazer juízo de valor, mas há uma certa passividade. […] A PMDF é uma polícia de excelência, executou ações como bastante êxito. Em 7 de setembro foi cumprido o protocolo, 15 de novembro, eleições, posse do Lula. Em tudo o plano foi cumprido. O grande questionamento é saber por que o departamento de operações da PM não planejou e não executou o plano que foi acordado na sexta-feira”, argumentou Fernando.
Embora não fosse responsabilidade de Fernando executar a operação da PM, ele ressaltou que até hoje não sabe o quantitativo exato de policiais que foram alocados na Esplanada. Em outro momento, ele destacou que imagens mostram algumas tropas da corporação “tentando recompor, usando os meios que tinham”, mas que era “notório a passividade de alguns policiais”.
A Polícia Militar do DF não se pronunciou sobre o tema até o momento.
