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Efeito Guedes: Petrobrás apresenta lucro recorde de R$ 188,3 bi em 2022


A Petrobras (PETR3/PETR4) registrou lucro líquido recorde de R$ 188,3 bilhões em 2022, alta de 77% em comparação a 2021. A pesquisa da Refinitiv tinha projetado um resultado de R$ 178,45 bilhões em relação aos R$ 106,7 bilhões do ano anterior.  O valor acima do esperado é decorrente da alta dos preços do petróleo Brent e de um melhor resultado financeiro e ganhos com acordos de coparticipação em campos da cessão onerosa.

No ano passado, o petróleo Brent teve alta de 43%, com uma média acima de US$ 100 o barril. Maiores margens de derivados e melhor resultado financeiro também colaboraram, mas a petroleira sofreu impacto com um maior recolhimento de impostos e ausência de ganhos com reversão de “impairment”.

“Impairment”, em tradução livre para o Português, representa “deterioração”. Ou seja, trata-se da verificação sobre a desvalorização dos seus ativos. Geralmente, esse é um termo aplicável especialmente aos ativos físicos e imobilizados. Eles, afinal, passam por um natural processo de depreciação e conforme o uso é feito de modo que o valor de mercado é afetado negativamente.

Então, o teste de “impairment” é a verificação, geralmente anual, dos efeitos do tempo sobre esses ativos de uma companhia. É um processo necessário para avaliação contábil e fechamento de demonstrativos financeiros como o Balanço Patrimonial. No setor petrolífero, a representatividade dos ativos de exploração e produção é relevante e significativa.

“Ainda que positivamente impactados pelo ambiente externo favorável, são resultado de diversas ações gerenciais relevantes tomadas ao longo dos últimos anos, uma vez que o preço do petróleo já esteve em patamares similares aos de 2022, sem que os mesmos resultados fossem observados”, disse o diretor financeiro, Rodrigo Araujo, no relatório.

O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado do ano, por sua vez, também cresceu com alta de 45% na comparação com 2021, atingindo o maior nível já registrado de R$ 340,5 bilhões, influenciado principalmente pela valorização do Brent médio do ano e por maiores preços de derivados.

A relação dívida líquida/Ebitda ajustado (sem arrendamentos) foi de 0,27 vez ao fim de 2022, em comparação com 0,56 vez em 2021. A dívida financeira da Petrobras encerrou o ano em 30 bilhões de dólares, uma redução de 16% em relação a 2021. Já a dívida líquida somou US$ 41,5 bilhões.

“Esse patamar de endividamento é considerado saudável para empresas do porte e segmento de atuação da Petrobras. Uma evidência é que o compromisso da dívida com pagamento de juros equivale hoje a somente 14 dias da geração de caixa operacional de 2022”, disse a empresa.

A Petrobrás pontuou ainda, que em 2022 atingiu o seu recorde de pagamento anual de tributos e participações governamentais, recolhendo o total de R$ 279 bilhões no Brasil.

Os recursos gerados pelas atividades operacionais alcançaram o recorde de R$ 255,4 bilhões em 2022, pontuou a empresa, e o fluxo de caixa livre positivo totalizou R$ 205,8 bilhões, maior marca já atingida, representando, respectivamente, altas de 26% e 22% em relação ao ano anterior.

A empresa também reportou que os investimentos realizados em 2022 somaram US$ 9,8 bilhões, alta de 12% ante 2021, em decorrência do pagamento do bônus de assinatura relativo aos campos de Sépia e Atapu e de maiores investimentos em modernização e adequação de refinarias, além de gastos com manutenção de ativos logísticos.

Nesse cenário, a empresa informou que foi aprovado o pagamento de dividendos de R$ 35,8 bilhões, mas que o conselho sugeriu que os acionistas da companhia avaliem a criação de uma Reserva Estatutária, na forma da lei, para reter até R$ 6,5 bilhões do resultado de 2022, uma vez que o montante teria ultrapassado a aplicação da fórmula.

Já no quarto trimestre, a Petrobras registrou lucro líquido de R$ 43,34 bilhões, alta de 37,6% ante o mesmo período do ano anterior. O lucro veio acima do resultado esperado por uma pesquisa da Refinitiv, de R$ 37,61 bilhões.

Na comparação com o terceiro trimestre, houve uma queda de 6% no resultado líquido, explicada principalmente pela desvalorização do Brent, menores margens de derivados e maiores despesas com “impairment” (baixa contábil), segundo a empresa.

O resultado, porém, foi parcialmente compensado pelos ganhos com acordos de coparticipação nos campos de Sépia, Atapu e Búzios e pela valorização do real frente ao dólar, gerando um resultado financeiro favorável para a Petrobras.

O resultado financeiro do quarto trimestre foi positivo em R$ 1,5 bilhão, ante um resultado negativo de R$ 8 bilhões no trimestre anterior, refletindo a valorização cambial do real frente ao dólar e ganhos em variações monetárias de dividendos antecipados, disse a petroleira.

O fluxo de caixa operacional no último trimestre de 2022 foi de R$ 67,6 bilhões e fluxo de caixa livre foi de R$ 48,9 bilhões. O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado totalizou R$ 73,09 bilhões entre outubro e dezembro, alta de 16% ante o mesmo período de 2021. A receita de vendas da empresa no quarto trimestre totalizou R$ 158,58 bilhões, alta de 18,2% contra igual período de 2021.

(com dados da Forbes Money)




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