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Ibovespa de fevereiro tem a maior baixa histórica já registrada em 22 anos


As indecisões na política econômica nesse início do governo Lula e as incertezas no cenário internacional, puxaram o Ibovespa para baixo no mês de fevereiro, a maior baixa histórica já registrada no mês em 22 anos. A tribulação entre o governo e o Banco Central (BC), refletiu nos investidores, que projetam alguma forma de intervenção na política monetária.

No início de fevereiro, o Comitê de Política Monetária do BC manteve a taxa básica de juros Selic em 13,75% ao ano. Os indicativos são de que os cortes nos juros não devem acontecer tão cedo, por causa do risco fiscal e de perspectivas de inflação mais alta.

O pacote de ajuste das contas públicas apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não encantou o mercado, que ainda aguarda o novo arcabouço fiscal. “Vimos volatilidade causada por esses fatores, somada a um cenário externo mais negativo, que resultou nessa realização do Ibovespa em fevereiro”, disse Ricardo França, analista da Ágora Investimentos.

Hoje, a taxa de juros nos EUA está entre 4,5% e 4,75% ao ano. Estima-se que o país encerrará o ano com juros entre 5,25% a 5,5%, o maior patamar nas taxas de juros desde 2007. As novas estimativas para essa taxa movimentaram os investidores. A inflação norte-americana já atingiu os 6,4% em 12 meses, a maior em 40 anos.

As preocupações sobre uma potencial recessão nos EUA impactam negativamente em todos os mercados com os títulos do Tesouro norte-americano rendendo cada vez mais, os ativos de risco globais perdem a atratividade, principalmente aqueles ligados a países emergentes, como o Brasil.

O sócio da Nexgen Capital, Marcos Moreira, explica que a inflação brasileira também decorre do início da nova gestão no Governo Federal, “pois à medida que se mostra mais inclinado a aumentar gastos públicos, os investidores se mostram mais cautelosos”.

Para 2023, o principal ponto de atenção para o Ibovespa será a condução da política fiscal, que impacta direta e indiretamente na atividade econômica do país, destaca o especialista da Nexgen.  “À medida que a inflação mostra sinais de reversão, o Banco Central pode cortar juros, mas esse corte depende da condução da política fiscal”, avalia.




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