Brasil tem queda de 11 pontos no Indicador de Clima Econômico (ICE) no primeiro trimestre de 2023
O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) divulgou nesta quarta-feira (8) a Sondagem Econômica da América Latina, que aponta uma queda de 11 pontos no Indicador de Clima Econômico (ICE) do Brasil no primeiro trimestre de 2023, chegando a 73,5 pontos. O Indicador da Situação Atual (ISA) teve uma queda de 21,7 pontos, alcançando 70,6 pontos, enquanto o Indicador de Expectativas (IE) caiu 0,4 ponto, chegando a 76,5 pontos.
De acordo com a pesquisa, o Brasil está no grupo de países pesquisados que registrou queda nos três indicadores no 1º trimestre de 2023, sendo descrito pela pesquisa como um cenário de estabilidade nas expectativas e de uma piora acentuada (acima de 20 pontos) na avaliação da situação atual.
A queda verificada no Brasil também ocorreu na Colômbia, Uruguai e Bolívia. Entretanto, há diferenças entre eles, sendo que no Brasil e na Bolívia, os três indicadores estão na zona desfavorável, enquanto Uruguai e Colômbia, embora tenham redução no ICE e no IE, apresentam avaliação da situação atual favorável.
O Paraguai puxa a melhora do clima econômico da região, com um crescimento de 47,6 pontos no ICE entre o 4º trimestre de 2022 e o 1º trimestre de 2023, resultado do aumento de 83,3 pontos no ISA e de 3,6 pontos no IE. O Peru também teve destaque na pesquisa, mostrando um grau de resiliência positiva em termos políticos, mesmo com as turbulências decorrentes do impeachment do presidente Pedro Castillo.
A Sondagem Econômica mostrou que o ICE na América Latina avançou 6,9 pontos entre o 4º trimestre de 2022 e o 1º trimestre de 2023, com destaque para seis dos dez principais países pesquisados. Apesar de se manter baixo em termos históricos, o indicador registrou o maior nível desde o 4º trimestre de 2021, ao atingir 73,4 pontos.
Quanto às projeções do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023, houve mudanças nas previsões dos especialistas. A maior taxa de crescimento na região ficou com o Paraguai, onde a projeção do PIB passou de 3,9% para 4,6%. No México, a variação do PIB aumentou de 1,4% para 1,7% e na Argentina, de 1,1% para 1,2%. Entretanto, em todos os outros países, a nova previsão reduziu a taxa de crescimento, com maior diferença para o Chile, que passou de uma queda esperada de 0,7% para 1,8%.