Uma investigação conduzida pelo jornal israelense Haaretz em parceria com o britânico The Guardian expôs uma equipe de hackers israelenses que afirmam ter manipulado 33 eleições presidenciais em todo o mundo, utilizando perfis falsos e desinformação automatizada nas mídias sociais.
A unidade chamada de “Team Jorge” é dirigida por Tal Hanan, um ex-agente das forças especiais israelenses de 50 anos que agora trabalha para o setor privado usando o pseudônimo “Jorge”. A equipe parece ter manipulado eleições em vários países por mais de duas décadas e está sendo desmascarada por um consórcio internacional de jornalistas.
O projeto foi coordenado pelo grupo Forbidden Stories, uma organização sem fins lucrativos francesa cuja missão é prosseguir com o trabalho de repórteres assassinados, ameaçados ou presos. A empresa usou uma plataforma digital, a AIMS, desenvolvida ao longo de seis anos, que lhe permitia criar inúmeras contas falsas nas redes sociais e, sobretudo, ativá-las e alimentá-las.
O pacote de software sofisticado controla os perfis falsos no Twitter, LinkedIn, Facebook, Telegram, Gmail, Instagram e YouTube. Desde janeiro de 2023, o sistema explorou 39.213 perfis falsos. Hanan disse aos repórteres disfarçados que seus serviços estavam disponíveis para agências de inteligência, campanhas políticas e empresas privadas que queriam manipular secretamente a opinião pública. Ele disse que foram usados em toda a África, América do Sul e Central, EUA e Europa.
A equipe também pode lançar operações para pressionar pessoas importantes em processos decisórios, ou jornalistas, em nome de seus clientes. A empresa pode aceitar pagamentos em várias moedas, incluindo criptomoedas ou dinheiro. Hanan disse que cobraria entre € 6 milhões e € 15 milhões para intervir em eleições.