O senador Marcos do Val anunciou nas suas redes sociais que iria renunciar ao mandato, e horas depois retificou sua decisão, afirmando que a “decisão não foi tomada ainda e que não deseja largar a missão”.
“Não posso largar a missão que assumi sozinho até agora de apresentar para a sociedade e para a imprensa sobre quem prevaricou. Claro, já tenho todos os nomes e documentos, mas só na CPI vou poder mostrar. Mas a decisão não foi tomada ainda. Meus colegas de trabalho, algo que me emocionou e me impressionou, recebi ligação do Flávio Bolsonaro, do Eduardo Bolsonaro, do Alcolumbre, do Pacheco, do Moro, todo mundo dizendo pare eu não fazer isso, que é importante meu trabalho”, disse o senador.
Segundo Marcos do Val, ele acordou recebendo muitos ataques nas redes sociais depois de ter cumprimentado o senador Rodrigo Pacheco pela reeleição no Senado.
“Eu nunca fui político, tem hora que a gente fica com vontade de ir embora. Ficar aqui tomando pancada o tempo inteiro, mas minha equipe, não posso largar minha equipe. Foi um desabafo na minha rede social, de manhã fui acordado por minha filha de 16 anos que estava sofrendo ataques. Então, vendo minha filha recebendo pancada, ela nunca passou por isso e eu nunca passei por isso”, disse.
Se efetivamente acontecesse a renúncia do senador Marcos do Val do mandato, quem assumiria o lugar dele como 1ª suplente é Rosana Foerst, filiada ao Cidadania desde 2015. Quando Do Val foi eleito, em 2018, ele integrava o mesmo partido. No caso da então candidatura do senador, os nomes dos suplentes acabaram por serem definidos no imediatismo, uma vez que o prazo da justiça eleitoral está chegando ao final e a montagem da chapa exigia uma solução rápida.
A ex-deputada estadual de São Paulo, Janaína Paschoal publicou em suas redes sociais que conversou com Marcos do Val e “ele não vai deixar seu mandato. O Senador se sente muito injustiçado pelos ataques que tem sofrido e, em tom de desabafo, disse que sairia da Política”, disse.
“Não somos próximos, mas tomei a liberdade de ligar para ele e pedir a ele para não sair, porque após a eleição ele me telefonou para falar sobre seu sentimento diante das dificuldades de uma pessoa bem intencionada e..”, continuou.
‘‘…independente sobreviver na Política. Ele se identificou com minhas postagens, ligou, falamos algumas vezes e, hoje, ao ler a notícia, decidi ligar para pedir que fique. E ele garantiu que fica! Eu agradeço o Senador por atender esse pedido. Acreditem, não é fácil!”, concluiu Janaína.
Na entrevista coletiva que o senador concedeu nesta quinta-feira, 02, no seu gabinete, ele recuou das afirmações de renúncia e revelou que o ex-deputado Daniel Silveira o chamou para uma reunião na Granja do Torto na qual foi debatida a possibilidade de um golpe de estado.
A proposta envolvia não desmobilizar os acampamentos e gravar, sem autorização judicial, alguma conversa que comprometesse o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. O plano, inclusive, foi relatado ao próprio Moraes por Do Val. Segundo o parlamentar, ele cometeria crime de prevaricação caso não alertasse ao ministro do STF.