O presidente Daniel Ortega da Nicarágua declarou nesta terça-feira, 21, que a Igreja Católica é uma “máfia organizada” e que “os cardeais e papas moram em mansões e vestem roupas que nem Cristo vestia”.
O líder sandinista começou um embate pessoal com a Igreja na Nicarágua, alegando que ela estava conspirando para um golpe, encobrindo e incentivando um “grupo de assassinos” para derrubá-lo e assassiná-lo, durante as manifestações antigoverno em 2018 que pediam sua renúncia.
Ortega foi eleito com grandes suspeitas de fraude e tem se posicionado deforma autoritária, prendendo e condenando todos os seus adversários. Nesse movimento ditatorial, o bispo Dom Rolando Álvarez foi detido pela Polícia Nacional e indiciado pelo crime de conspiração, “por atentar contra a integridade nacional e divulgar falsas notícias através das tecnologias de informação e comunicação em detrimento do Estado e da sociedade nicaraguense”.
Depois que o Papa Francisco se pronunciou pela sentença de mais de 26 anos de prisão do bispo Rolando Álvarez, Ortega passou a atacar publicamente a Igreja Católica e o Vaticano. O ditador nicaraguense tem afirmado que a Igreja Católica não pode falar sobre democracia, pois o papa é eleito pela “máfia organizada do Vaticano”.
Ortega afirmou que foi criado no catolicismo, e que Cristo “vive nas cidades cristãs, não pelo exemplo que dão os padres, bispos, cardeais e papas, os quais são uma máfia”. Em resposta às declarações de Daniel Ortega, o bispo auxiliar da Arquidiocese de Manágua, Silvio Báez, disse que o Daniel Ortega é “ignorante, cínico, mentiroso, ditador, ilegítimo, ateu, corrupto e criminoso”, o que levou a sua expulsão do país.
Na esteira do seu governo unilateral, Ortega já fechou mais de 2 mil ONGs que prestavam serviços fundamentais aos nicaraguenses, perseguiu e prendeu opositores, além de confiscar seus bens.