Parlamentares do Partido dos Trabalhadores têm se manifestado sobre a forma como as negociações conduzidas pela legenda se desenrolou, durante o processo eleitoral para eleição das mesas diretoras das duas casas do Congresso Nacional, com a reeleição do senador Rodrigo Pacheco e do deputado federal Arthur Lira.
Segunda legenda com mais deputados, o PT ficou com a segunda secretaria da Casa, apesar de pleitear a primeira vice-presidência, o espaço na Mesa foi ocupado pela deputada Maria do Rosário. No Senado, o partido cedeu a primeira vice-presidência para o senador Veneziano Vital do Rego do MDB configurando a mesma situação da Câmara Federal.
Parlamentares de diferentes tendências internas do partido, inclusive da corrente majoritária, “Construindo um Novo Brasil” (CNB), consideram que muitos cargos foram cedidos para reeleger Lira e agradar o governo. Por isso, pretendem cobrar uma maior participação do no segundo escalão como uma forma de compensação.
Os parlamentares do Partido dos Trabalhadores têm afirmado que além de perder a relatoria da Comissão de Orçamento, foi um erro não ficar com as suplências da Mesa Diretora porque esses postos propiciam a indicação de 39 assessores.
As reclamações são dirigidas aos líderes do governo senador José Guimarães, ao deputado Zeca Dirceu e ao ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. “Acho que o PT tem um desafio de liderar uma frente ampla, mas sem se apequenar. As negociações não foram bem conduzidas. A gente tinha que ter priorizado a montagem de um bloco majoritário do governo. O PT acabou abrindo mão de seus espaços”, afirmou o deputado Lindbergh Farias da corrente minoritária Resistência Socialista.
O deputado Zeca Dirceu, líder do partido na Câmara, rebateu as críticas dos colegas de bancada. Ele argumenta que no acordo foi feito um esforço para atrair outras legendas para a base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso.
“Claro que se tivéssemos optado por não ajudar o governo com Republicanos e União Brasil, poderíamos ter algo a mais. Mas seria algo pequeno. Mesmo cedendo, ainda crescemos muito, sem perder nada”, argumentou o líder do PT na Câmara.