O silêncio de Flávio Dino diante da mega operação de inteligência do PCC
O Primeiro Comando da Capital (PCC) vem coordenando uma estratégia inteligente, audaciosa e com acesso privilegiado à informação, por meio de um “setor de inteligência” que funciona como uma vasta rede de criminosos. As grades e os muros de prisões ao redor do país não são suficientes para deter o fluxo de informações que impulsiona a chamada sintonia restrita – o atual cérebro da facção criminosa, segundo informação publicada pelo site Metrópoles.
O PCC é uma ameaça séria e crescente para a segurança pública no Brasil e, como tal, requer medidas urgentes e eficazes para combater suas atividades criminosas. Mesmo diante de tal risco, o ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou a transferência de Marco Willians Herbas Camacho, conhecido nacionalmente como Marcola, da penitenciária federal de Porto Velho para a penitenciária federal de Brasília, no dia 25 de janeiro. O chefe da pasta da Justiça também vem se mantendo em total silêncio diante das manobras de Marcola, que são de conhecimento do Ministério Público de São Paulo.
A governadora do DF, Celina Leão, afirmou que “há uma preocupação com a transferência do Marcola porque nós estamos com nosso sistema prisional já num momento delicado. Não é uma notícia que agrada o GDF, mas não cabe a nós tomarmos essa decisão.
De acordo com a publicação do Metrópoles, um extenso relatório técnico elaborado pelo Ministério Público de São Paulo detalha a ação dos mentores “intelectuais” do PCC e revela como funciona na prática o braço inteligente da organização criminosa.
A sintonia restrita é uma célula altamente sigilosa e relevante para a cúpula da facção, formada por membros de extrema confiança do comando e com elevado poder decisório. Todos possuem a mais alta estima Marcola, líder máximo do PCC.
Os integrantes da sintonia restrita alimentam os encarregados de praticar crimes com informações detalhadas. Eles têm total liberdade para viajar pelo Brasil coletando informações, monitorando endereços de autoridades ameaçadas de morte, vigiando alvos, mapeando veículos e locais frequentados, roteirizando a rotina de pessoas marcadas para morrer.
A sintonia restrita também desempenha um papel fundamental na produção de conhecimento para proteger a fortuna obtida com o tráfico de drogas, a lavagem de dinheiro e o armazenamento de grandes quantias em dinheiro. O dinheiro é geralmente armazenado em imóveis preparados para esse fim, com cofres em forma de compartimentos secretos, onde o dinheiro fica escondido, informa o Metrópoles.