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Marcola, líder do PCC, diz que não mandou ninguém matar a psicóloga da prisão de Catanduvas

“Não sou bonzinho, sou perigoso de verdade, mas não sou a favor da violência gratuita”, disse Marcola


Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola disse não ter sido ele o responsável por execuções de policiais penais feitas por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). Nas suas declarações, ele afirma que “não é um cara bonzinho”, mas também não é um “psicopata” referindo-se ao segundo no comando do PCC, Roberto Soriano, o Tiriça.

Soriano é acusado de ser o mandante do assassinato da psicóloga Melissa de Almeida Araújo que trabalhava na penitenciária federal de segurança máxima de Catanduvas. A servidora foi baleada na cabeça quando chegava em sua casa com o filho de 10 meses e o marido, um policial civil.

Melissa Araújo era psicóloga da instituição e acompanhava os presos regularmente em consultas e terapias. A família caiu em uma emboscada quando estacionava o carro. Ao menos quatro homens armados efetuaram vários disparos. O filho e o marido sobreviveram.

O crime, registrado em 2017, seria uma ação do PCC contra o regime rigoroso implementado no Sistema Penitenciário Federal. De acordo com investigações, a facção considera que os presos que integram o sistema sofrem “opressão” do Estado, uma vez que o esquema de segurança, por não ter visita íntima e pelo contato com advogados e familiares ser estritamente por meio de parlatório, não permite a entrada de drogas, celulares e, sobretudo, a entrega de bilhetes.

Dentro da própria organização, Soriano, o Tiriça, é reconhecido como o cabeça da “ala terrorista do PCC”, uma facção radical que coordena morte de autoridades. Outros três criminosos ligados diretamente ao assassinato foram condenados pela Justiça neste ano. A coluna apurou que o PCC fornece um auxílio mensal aos assassinos de policiais em valores que podem chegar a R$ 5 mil.

Marcola, que cumpre pena no sistema Penitenciário Federal desde 2019, em conversas ainda quando estava detido na Penitenciária Federal de Porto Velho (RO), comentou sobre o que as pessoas veem dele, a sua “imagem” e afirmou que  não é um “cara bonzinho”, e, sim, “um cara perigoso de verdade”, mas não é a favor da “violência gratuita”.

O líder da facção criminosa disse que não é da “sua política” matar agente penitenciário, mas confessou que alguns já foram executados por determinação dele, “mas por outras circunstâncias.” Falou que “era espancado” quando passou pela Penitenciária 2 de Presidente Venceslau onde cumpriu pena antes de dar entrada no sistema federal. Descreveu que no presídio federal, “sempre foi respeitado por todos os agentes”, mas frisou que “poderia se tornar um psicopata desses igual o Soriano” e que ele “não é isso”; “não é da minha natureza”, sobre a suspeita de mandar matar servidores.

Em 25 de janeiro deste ano, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, sob a alegação de ser uma prevenção contra “um suposto plano de fuga ou resgate” e que “essa operação se fez necessária para garantir a segurança da sociedade”, autorizou a transferência de Marcola de Porto Velho (RO) para a Penitenciária Federal em Brasília (DF).




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