A rede varejista lojas Marisa informou que iniciou processo de renegociação da sua dívida de cerca de R$ 600 milhões com o objetivo de prolongar o prazo junto aos bancos credores. A empresa anunciou que contratou a assessoria financeira da BR Partners para acompanha-la neste processo de renegociação financeira e a consultoria da Galeazzi Associados para apoiá-la no aperfeiçoamento da estrutura de custos da companhia e reestruturação do seu negócio.
Na terça-feira, 07, a rede varejista perdeu o seu presidente-executivo, Adalberto Pereira Santos e o conselheiro de administração Marcelo Adriano Casarin que renunciaram aos cargos. A empresa anunciou já deu início ao processo de seleção do novo presidente e que, interinamente, o cargo será ocupado pelo atual vice-presidente comercial, Alberto Kohn de Penhas.
A crise de crédito dos varejistas brasileiros junto aos bancos ficou potencialmente prejudicada desde 11 de janeiro, quando veio à tona o caso de rombo fiscal das lojas Americanas. O setor se apoia no crédito bancário para vender parcelado e para capital de giro. Além disso, a Marisa já vinha sentindo os efeitos da pandemia no comércio e um ambiente de consumo diminuído.
As ações ordinárias das lojas Marisa na Bolsa de Valores de São Paulo fecharam o pregão de quarta-feira 8 a R$ 1,06, com queda de 6,2%. Em 12 meses, os papéis acumulam desvalorização de 67%.
Com uma receita mensal em torno de R$ 250 milhões, a companhia encerrou o terceiro trimestre de 2022 com prejuízo de R$ 97,5 milhões, revertendo o lucro líquido de R$ 44,4 milhões obtido no mesmo período do ano anterior. Os resultados da companhia foram impactados pelo aumento de despesas financeiras, impulsionadas pela elevação da taxa de juros.