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EUA condenam a prisão perpétua ex-ministro mexicano ligado ao cartel de “El Chapo”

Genaro García Luna foi condenado por empreendimento criminoso continuado, formação de quadrilha para distribuir, possuir e importar drogas e falsificação de documentos


O ex-secretário de Segurança do México, Genaro García Luna, foi considerado culpado, nesta terça-feira, 21, por um júri de Nova York das acusações de tráfico de drogas, com a pena de prisão perpétua.

García Luna ocupou o cargo equivalente ao de ministro, de 2006 a 2012, durante a gestão do presidente Felipe Calderón e tinha como uma das suas funções no governo mexicano, justamente, o combate ao tráfico de drogas. Antes, de 2001 a 2006, foi diretor da Agência Federal de Investigações do México. É o ex-funcionário do governo mexicano de mais alto escalão a sentar no banco dos réus da justiça americana.

Da acusação de proteger o cartel de Sinaloa do traficante Joaquín ‘El Chapo’ Guzmán em troca de subornos milionários, para enviar toneladas de cocaína do México para os Estados Unidos quando era “ministro” de Segurança, o júri declarou, por unanimidade, Garcia Luna culpado. A esposa de García Luna, Cristina Pereyra e seus dois filhos estavam presentes durante a leitura do veredicto ouvido.

Os crimes imputados são participação em empreendimento criminoso continuado, formação de quadrilha para distribuir, possuir e importar drogas e falsificação de documentos. A Promotoria o acusou de ter ajudado a exportar 53 toneladas da droga.

Para a promotoria norte-americana, Garcia Luna que tem 54 anos e é engenheiro mecânico, era um “sócio criminoso” do cartel de Sinaloa. Já a defesa de García Luna o classificou como a “cara da guerra” travada pelo governo do ex-presidente mexicano Felipe Calderón contra o narcotráfico.

Ex-membros proeminentes do cartel de Sinaloa, como Jesús “Rey” Zambada, Sergio Villarreal “El Grande” e Óscar “Lobo” Valencia colaboram com a justiça americana em troca de sentenças reduzidas e garantiram, durante o julgamento, que pagaram milhões de dólares a Garcia Luna em subornos.

Algo que também teria sido feito por Arturo Beltrán Leyva, que, segundo algumas dessas testemunhas, coletava a propina das diferentes facções para pagar mensalmente García Luna em troca de proteção.

Sem a colaboração do “mais alto escalão do governo mexicano“, a “operação multimilionária” do cartel, que usava trens, aviões, navios, contêineres e submarinos para importar toneladas de drogas da América do Sul para a Cidade do México e de lá, para os Estados Unidos, “teria sido impossível de realizar”, estimou a procuradora Saritha Komatireddy.

A defesa, que tentou desqualificar a veracidade das declarações de muitas testemunhas que se beneficiaram da redução de penas em troca da colaboração com a Justiça, e argumentou que “não há provas de que García Luna tenha recebido dinheiro”.

 




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