Doença da “vaca louca” no Pará, faz Brasil suspender as exportações de carne bovina para China

A agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) informou, por nota na tarde desta quarta-feira, 22, a confirmação de um caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), detectado em um animal macho com aproximadamente 9 anos, em uma pequena propriedade no município de Marabá, no Sudeste do estado.

A doença é considerada atípica quando é originada dentro do próprio organismo do bovino, normalmente em animais com idade mais avançada.

Para atender o protocolo sanitário estabelecido no acordo comercial com a China, desde a quinta-feira, 23, as exportações de carne bovina brasileiras para o país asiático estarão suspensas temporariamente.

O Ministério da Agricultura e Pecúaria reportou que monitora a situação. Foi enviado um comunicado à Organização Mundial da Saúde Animal (OMAS) e as amostras coletadas foram enviadas para um laboratório de referência no Canadá.

No acordo sino-brasileiro, o país deixa de exportar a carne bovina de forma voluntária quando é notificado um caso. A duração do embargo depende exclusivamente da decisão chinesa, sejam casos típicos, sejam casos atípicos da doença. No último caso que ocorreu em setembro de 2021, o embargo durou em torno de 100 dias e que acabou prejudicando as programações das indústrias frigoríficas.

A China depende das importações de carne bovina do Brasil visto que os outros países produtores não conseguem atender a demanda. Esta necessidade de compra continuada, pode levar a suspensão a ser menor, se comparado com o último caso de 2021.

O Ministério da Agricultura e Pecuária esclarece que a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) exclui a ocorrência de casos de EEB atípica, para efeitos do reconhecimento do status oficial de risco do país.  Por isso, o Brasil mantém sua classificação como país de risco insignificante para a doença, não justificando qualquer impacto no comércio de animais e seus produtos e subprodutos.