Após delação na Lava Jato, irmãos Batista buscam reaproximação com Lula
Contrataram o advogado e homem de confiança do presidente, Cristiano Zanin para repactuar a multa de R$10 bilhões
Os irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da JBS S.A, multinacional de origem brasileira, após participarem, em delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato, onde apontaram que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ex-presidente Dilma Rousseff receberam 80 milhões de dólares em contas distintas no exterior, buscam agora, na nova gestão de Lula, uma reaproximação com o governo federal.
Homologada a delação premiada e o distanciamento com o presidente Lula, os irmãos buscaram uma aproximação com o ex-presidente Jair Bolsonaro quando ele estava no Planalto, contratando o advogado Frederick Wassef, jurista de confiança da família Bolsonaro.
A tarefa de Wassef era repactuar o acordo de delação premiada dos irmãos Batista, de 2017, para a multa estipulada na delação, da ordem de R$10 bilhões. Sem procuração oficial, Wassef não conseguiu avançar na negociação com o procurador Adonis Callou de Araújo Sá, da Procuradoria Geral da República (PGR).
O retorno de Lula à Presidência do país mudou a direção dos irmãos Batista que contrataram Cristiano Zanin, advogado e homem de confiança do presidente. A missão se mantém, “reconstruir pontes” e viabilizar a repactuação da multa.
Em julho de 2016, os empresários foram alvo de investigações na Operação Sépsis, um dos desdobramentos da Operação Lava Jato, por pagamento de propinas pela JBS ao deputado cassado e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, para liberação de recursos do FI-FGTS. Além dessa operação, a empresa JBS foi investigada em pelo menos outras quatro operações: Operação Greenfield, Operação Cui Bono?, Operação Carne Fraca, Operação Bullish.