Notícia divulgada por Alex Bereson, do jornal The New York Times, informou que o médico Scott Gottlieb, membro do conselho diretor da farmacêutica Pfizer, fabricante da vacina mRNA Comirnaty contra a Covid-19, pediu, por canal exclusivo, à rede social Twitter que publicações que levantavam dúvidas sobre a vacina fossem censuradas. Segundo informações internas do Twitter liberadas por Elon Musk, CEO da empresa, em 27 de agosto de 2021, Gottlieb, solicitou que algo fosse feito contra o tweet de outro médico, Brett Giroir.
Scott Gottlieb e Brett Giroir já foram diretores da Administração de Alimentos e Drogas (FDA), agência sanitária governamental dos Estados Unidos órgão responsável pela aprovação de vacinas nos Estados Unidos da América.
No tweet, Giroir dizia “Está claro agora que a imunidade natural à Covid-19 é superior à imunidade da vacina, e muito. Não há justificação científica para usar a vacina como prova [de imunidade] se uma pessoa teve uma infecção prévia. A diretora dos CDC [Centro de Controle e Prevenção de Doenças] e o presidente devem seguir a ciência. Você não teve uma infecção prévia? Vacine-se!”
Para o diretor da Pfizer, o tweet era “corrosivo”. “Ele tira uma conclusão generalizante de um único estudo retrospectivo de Israel que não passou pela revisão por pares. Mas esse tweet vai acabar se tornando viral e chamando pela cobertura jornalística”, justificou Gottlieb.
A Pfizer faturou cerca de US$ 40 bilhões (R$208 bilhões) com a vacina só em 2021. A mensagem foi encaminhada, sem menção da ligação de Gottlieb com a Pfizer, diretamente à equipe de ‘resposta estratégica’ do Twitter. Um analista da equipe julgou que o tweet de Giroir não violava as regras, mesmo assim, foi marcado com uma tarja com o adjetivo “enganoso” e os comentários, republicações e curtidas do tweet foram proibidos.
Em outra solicitação, o diretor da gigante farmacêutica, pediu bloqueio a um usuário que levantava dúvidas sobre a necessidade de vacinar crianças contra Covid. Na época, a Pfizer estava prestes a conseguir autorização do governo americano para recomendar uma dose diluída para crianças entre cinco e onze anos. Porém, este novo pedido foi rejeitado pelo Twitter.