Ministros do STF demonstram apreensão pela derrota de Pacheco no Senado

A disputa pela presidência do Senado na quarta-feira (1º), entre os senadores Rodrigo Pacheco e Rogério Marinho, tem preocupado os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Mesmo com a vitória praticamente garantida de Pacheco, o número de votos que seu oponente pode vem causando apreensão pois, demonstrará a força da bancada conservadora no Senado Federal.

Nos bastidores, os ministros do STF não desejam que fique demonstrado um sólido contraponto ao governo Lula, além de temerem ofensivas contra a Suprema Corte brasileira, com a possível abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), por abusos de autoridade de magistrados.

O ministro Alexandre de Moraes, atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é um dos magistrados mais visados, por ser o relator dos inquéritos das “fake news”, milícias digitais e das manifestações em Brasília de 08 de janeiro. Para abrir uma CPI, são necessários pelo menos 27 votos, e este é o ponto de inflexão na votação pela presidência do Senado; não elegerá o presidente, mas demonstrará força política dentro da casa, na avaliação de integrantes do STF.

Especula-se que alguns ministros têm mantido contato com parlamentares, no intuito de convencê-los de que a manutenção de Pacheco na presidência do Senado é importante para a pacificação dos poderes da República. Caso Marinho obtenha mais do que 30 votos expressará a força da bancada de oposição, nos encaminhamentos de outras pautas que poderão dificultar a atual gestão do presidente Lula, e criar desassossego para os ministros do STF. Por isso o placar da votação é tão importante quanto o seu resultado.

Mesmo vencendo, o atual presidente do Senado não conseguiria impedir um possível pedido de abertura de CPI contra atos do Supremo Tribunal Federal, caso a bancada de oposição reúna ao menos 27 assinaturas, 1/3 do número de senadores da casa.