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Lula diz que suic1d1o de reitor da UFSC, em 2017, foi culpa dos policiais e da Lava Jato

Em 2022, filho do ex-reitor confessou o crime e fez acordo com a justiça


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva no encontro com reitores nesta quinta-feira, 19, no Palácio do Planalto, afirmou que integrantes da Operação Lava Jato foram os responsáveis pela morte de Luis Carlos Cancellier de Olivo, na época, reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que se matou em 2017.

“Faz cinco anos e quatro meses de uma aberração que aconteceu neste país: a morte do reitor Luis Carlos Cancellier. Faz cinco anos que esse homem se matou pela pressão de uma polícia ignorante, de um promotor ignorante, de pessoas insensatas que condenaram antes de investigar e julgar. A gente não pode nem fazer um ato em homenagem a ele porque durante muito tempo se deixou de ter reunião de reitores”, disse o presidente.

No discurso, Lula disse que seu governo vai recuperar as ideias de Cancellier para educação. “Haveremos de recuperar suas ideias e trabalhar para que nunca mais aconteça o que aconteceu com aquele reitor em Santa Catarina”, disse Lula.

O ex-reitor estava sendo investigado no âmbito da operação ‘Ouvidos Moucos’, um desdobramento da ‘Lava Jato’ em Santa Catarina. Na época, a delegada Erika Marena era responsável pela investigação sobre verbas de bolsas para complementar os próprios salários ou de terceiros, supostamente sem a prestação dos devidos serviços. A investigação revelou também que fundações de apoio teriam contratado serviços de forma irregular, com dinheiro público.

Os investigadores acusavam o reitor de tentar interferir nas investigações. Cancellier foi afastado do cargo na época e declarou numa entrevista após ser libertado: “Esse afastamento é um exílio. Eu moro a três metros da universidade. Eu saio de casa e tô dentro da universidade. Eu não posso entrar na ‘casa’ que eu convivo desde 1977, que eu conheço cada pedrinha daquela instituição”.

Ele foi encontrado morto no dia 2 de outubro de 2017 no shopping Beira Mar, na capital de Santa Catarina. No bolso levava um bilhete: “Minha morte foi decretada quando fui banido da universidade”, escreveu no papel encontrado em seu bolso.

As investigações prosseguiram e, em 2022, três dos treze réus indiciados confessaram e fizeram acordo com a Justiça. Entre os réus confessos que fizeram acordo com a Justiça, está Mikhail Vieira de Lorenzi Cancellier, filho do ex-reitor da UFSC.

 




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