A comentarista de política da GloboNews Eliane Cantanhêde criticou o “excesso de espaço” da futura primeira-dama, Janja, nas decisões do governo de transição do presidente eleito. Eliane também criticou o comportamento da esposa de Lula, durante encontro com aliados na semana passada, em Brasília.
“Ela estava ali sentada, mas não é presidente do PT, líder política ou presidente de partido”, observou Eliane, no programa Em Pauta. “Enfim, por que ela estava ali? Qual era o papel da primeira-dama?”, argumentou a comentarista.
Eliane comparou Janja à socióloga Ruth Cardoso, ex-mulher do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, afirmando que a falecida ex-primeira-dama tinha “brilho próprio” mas que “não tinha voz nas decisões políticas”.
“Se tinha protagonismo, era a quatro chaves, no quarto do casal”, disse Eliane. “Já incomoda, porque Janja vai começar a participar de reunião, dar palpite e, daqui a pouco, vai dizer ‘esse aqui vai ser ministro, esse aqui não pode’. Isso dá confusão. Se é assim na transição, imagina quando virar primeira-dama”, afirmou Eliane.
As afirmações geraram uma grande onda de críticas nas redes sociais, incluindo da presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann. “Apavora-me o machismo incrustado na cabeça das mulheres ditas esclarecidas”, afirmou Gleisi, no Twitter. “Desprezível, a fala de Eliane Cantanhêde. Ter opinião e participação política é direito das mulheres”, declarou a parlamentar.
No Twitter, defensores da esposa de Lula subiram a hashtag “Respeita a Janja, Cantanhêde”.
