PT e PCC: cheques ligam vereador do PT, facção e empresário de ônibus assassinado em São Paulo
Uma busca feita pela Polícia encontrou seis cheques no escritório do vereador Senival Moura (PT) levam a Justiça a suspeitar que ele tenha participado de um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo a empresa de ônibus TransUnião e a principal facção criminosa de São Paulo-PCC. Todos os cheques estão assinados por Adauto Soares, ex-presidente da empresa, assassinado em março de 2020. O documento comprovaria que ele fazia repasses mensais a Senival.
Todo o material encontrado está sendo analisado por uma força tarefa feito pelo Ministério Público (MP), que vai investigar um suposto esquema de lavagem de dinheiro, envolvendo Senival Moura. Para a polícia, o crime contava também com a participação do PCC, que usaria a TransUnião para legalizar o dinheiro ganho com o tráfico de drogas.
Segundo as investigações, Senival Moura e traficantes controlariam a TransUnião. O vereador seria dono de parte da frota da empresa, Adauto seria o intermediário e responsável por dividir o dinheiro entre a facção e o vereador. Em 2020, a organização criminosa teria descoberto um desfalque milionário nas contas da TransUnião. A punição de Adauto teria sido a morte, e como castigo de Moura teria perdido 13 ônibus para os traficantes.
Nas buscas na casa de Jair Ramos de Freitas, o cachorrão, apontado pela polícia como executor do assassinato de Adauto, os investigadores encontraram uma carta que teria escrita três meses depois da morte de Adauto. A investigação acredita que o documento é um relatório de prestação de contas do crime organizado para o alto-comando da facção.
A polícia acredita que tenha sido escrita por um integrante da facção criminosa. Um dos trechos da carta diz que em dezembro de 2019, a TransUnião teria recebido um repasse de 17 milhões de reais, mas que o dinheiro não foi dividido. A facção teria recebido apenas R$ 2 milhões, o que resultou em um desfalque de R$ 15 milhões. Já em outro trecho da carta revela que Adauto, identificado como finado teria dito aos criminosos antes de ser morto que só fazia o que o “cabeça branca” (Senival Moura) mandava.
Desde a semana passada, Jair Ramos e Devanir Souza, suspeitos pela morte de Adauto respondem ao processo em liberdade.
A TransUnião confirmou que o vereador Senival Moura, já foi acionista da TransUnião, mas desde de fevereiro de 2020, não é mais. Declarou ainda que não tem conhecimento de nenhum crime, e está colaborando com as investigações.