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MP conclui que “Caso Celso Daniel” não foi um “crime comum”


Em 2002, último ano da gestão do prefeito de Santo André – SP, Celso Daniel (PT), o mandatário foi sequestrado, torturado e assassinado. Ele seria o coordenador da campanha eleitoral de Lula (PT). Na época, a Polícia Civil concluiu que se tratava de um crime comum, apesar de vários fatos levarem as investigações a esquemas de corrupção. Outro ponto importante é o fato de que sete pessoas, ligadas a esse crime, morreram em circunstâncias ‘misteriosas’.

O Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado, do MPSP, concluiu, em dezembro de 2021, que a investigação que teve início somente em 2005, para apurar os rumores de que membros de uma grande rede criminosa estariam a serviço da direção nacional do Partido dos Trabalhadores, estariam liderando o assassinato do prefeito.

Os promotores que investigaram o crime fizeram um relatório e chegaram à conclusão de que “haveria motivação política, diante dos indícios de ligações com esquema de arrecadação de ‘propinas’ de empresas prestadoras de serviços públicos ao município de Santo André, que teria como beneficiário partido político (neste caso, o Partido dos Trabalhadores)”, segundo informações publicadas pela revista Veja.

Reprodução revista Veja

De acordo com esse relatório, a morte de Celso Daniel aconteceu em meio a uma crise com muitas desavenças entre os envolvido em um esquema fraudulento e criminoso, que exigia pagamentos de propinas a empresários em troca de êxito nas licitações pública da prefeitura de Santo André, “tudo em prol de levantamento de verba para campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores”.

Daniel teria sido executado por ter reunido provas em um ‘dossiê’ que apontaria os indícios contra os prováveis mandantes do assassinato. Até mesmo uma chantagem contra o então presidente Lula, exatamente como delatou o publicitário e operador do mensalão, Marcos Valério.

“De mais a mais, o que se pode extrair da reunião de dados neste apuratório é a suspeita de que, após o assassinato do ex-prefeito Celso Daniel, o empresário Ronan Maria Pinto, com base em informações que deteria acerca das circunstâncias da morte dele, teria extorquido os outros supostos envolvidos (ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, José Dirceu de Oliveira e Silva, Gilberto Carvalho e Klinger de Oliveira Sousa), de maneira que estes teriam efetuado o pagamento do valor de aproximadamente 6 milhões de reais em troca de seu silêncio, o que viabilizou de sua parte a compra da empresa jornalística ‘Diário do Grande ABC’ “, consta no documento do MPSP.

Reprodução revista Veja

“De fato, o alargado lapso temporal transcorrido até o momento também denota a possibilidade de que a punibilidade dos possíveis responsáveis pela mentoria do crime já se encontre extinta pela prescrição, haja vista quando muitos dos citados no presente caderno investigatório já contem com mais de 70 (setenta) anos de idade – quando os prazo prescricionais ainda são reduzidos pela metade”, consta no relatório.




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