Eleições

Leia o discurso de Bolsonaro na Convenção Nacional do PL


“Obrigado meu Deus pela minha 2ª vida e pela missão de ser presidente dessa nação. Todos os dias, quando me levanto, eu tenho quase que uma rotina. E, nessa passagem, eu dobro meus joelhos, rezo um pai nosso e peço a Deus que esse povo brasileiro nunca experimente as dores do comunismo. Peço também a Ele mais que sabedoria –peço força para resistir e coragem para decidir. Estou sendo atendido. 

Por vezes, eu tento entender como cheguei até aqui. Quem era eu? O que eu representava? Por que acreditaram em mim? Um breve histórico: em novembro de 2014, após a reeleição de uma senhora, em casa, aqui na Tijuca, eu falei: temos que mudar o Brasil. Como mudar o Brasil, um parlamentar do baixo clero que tinha sido reeleito para o seu 7º mandato? Como enfrentar pessoas poderosas? Isso está registrado em um video no YouTube, na Academia Militar dos Agulhas Negras.

Me dirigi a uns 400 cadetes que esperavam a hora de entrar para serem declarados a aspirante oficial. Está no YouTube. Falei até sobre morte, o que poderia acontecer. Comecei a  andar pelo Brasil. Aos poucos, as pessoas foram acreditando em mim. Tenho uma passagem, sozinho, pelo coração do Estado do Amazonas, Manacapuru. Chegando ali no porto, sozinho, tinha umas 200 pessoas me esperando. Tenho certeza que tínhamos as mesmas dúvidas. Eu perguntava para mim mesmo: o que eu estou fazendo aqui? E eles, com toda a certeza, deviam estar se perguntando: “o que esse cara veio fazer aqui sozinho?”

Lembro de uma passagem por Cuiabá. Cheguei arrebentado em um hotel talvez 3 estrelas. Tava tão cansado que não conseguia dormir. Desci para conversar com a única pessoa que atendia na portaria. Plantão da hora, quer papo. Tava eu lá conversando com o porteiro. Em dado momento, eu falei para ele que estava fazendo campanha para ser Presidente da República. Ele sorriu, o ambiente tava bastante descontraído. Eu também gargalhei, e daí eu fiz uma pergunta para ele, já que era uma pessoa humilde, eu falei: o que que é mais difícil ou mais fácil, eu me eleger presidente ou você comprar o hotel? Ele me respondeu: “muto mais fácil comprar esse hotel”.

Eu gostaria de me encontrar com essa pessoa hoje em dia, mas não para falar “eu sou presidente, e você continua na portaria”. É para conversar com ele e falar que, nesse país, quando temos fé, temos vontade, acreditamos, os seus sonhos tornam-se realidade. Esse é um país onde todos têm oportunidade. Quantas vezes eu ouvi pelas ruas: todo o poder emana do povo. Isso é verdade? Vocês estão aprendendo, até porque tem uma passagem bíblica que diz: por falta de conhecimento, o meu povo padeceu. 

Quando se fala em poder de povo, alguém acha que o povo cubano ou venezuelano não querem a liberdade?  Querem a liberdade. Tem? Não. Mas porque chegaram a esse ponto? Escolhas erradas. Somos escravos das nossas decisões. Acreditaram em conversas fáceis, conversas de tapinhas nas costas, de prometer o paraíso para cada um de vocês. A vida de ninguém é facil. E, para superar as dificuldades, quem tem que estar na frente é cada uma de vocês. Não é o presidente,  o governador Castro ou um prefeito. A nossa missão é não atrapalhar a vida de vocês. É cada vez mais tirar o Estado de cima de vocês. Estado forte, povo fraco. Povo forte, Estado forte.

Sobrevivemos a um atentado. Deus me salvou. Nos elegemos presidente. Não existe melhor técnico de um time de futebol se o pessoal não entrar em campo com o espírito do técnico. Formamos então o nosso time de ministros, alguns aqui presentes. Quem esperava um ministério que só era lembrado por corrupção ter a frente um jovem, também capitão do Exército, formado pela Amam, formado pela IME, que é o Tarcísio de Freitas? 

O que o Tarcisio fez… “presidente, o nosso orçamento é muito pequeno. Temos teto de gasto, que outros presidentes não tinham. Então vamos concluir obras”. E começou a trabalhar o Tarcísio, concluindo rodovias, chamando o Exército brasileiro com seus batalhões de engenharia a trabalharem. 

Perguntem a quem mora no Centro-Oeste o que era a BR-163 quando faltava apenas 50km para ser concluída há mais de 20 anos. O Exército concluiu a obra em poucos meses. O trânsito, na época das chuvas, levava 10 dias para passar naquele pequeno trecho de estrada. Agora passa em uma hora. E por que não se investia nisso no passado? Porque a prioridade era outra. A corrupção era o combustível de governos anteriores.

Também, o ministério do Tarcísio fez ressurgir o modal rodoviário. Daqui a 3 meses no máximo se inaugura a ferrovia Norte-Sul, 4.100 km, barateando o preço de produtos em todo o Brasil. Também, com o apoio do nosso Parlamento –tá aqui o presidente Arthur Lira, um enorme aliado nosso, tem colaborado muito com o governo. Graças a ele, conseguimos aprovar leis que vieram a abaixar o preço dos combustíveis.

A grande maioria dos parlamentares cada vez mais estão com o governo, e o governo está com eles. Temos 3 Poderes, mas o Legislativo e o Executivo são irmãos. Nós temos que respeitar a Constituição, jogar dentro das 4 linhas, que pese um ou outro de fora esteja dando tijolada dentro do campo. Tivemos agora também um ministro –que está licenciado agora– Rogério Marinho, que concluiu as obras da transposição do São Francisco. A obra era para ter acabado em 2010. Passou para 12, 14, 16. A obra transpôs apenas dinheiro para o bolso de corruptos, e não água. Concluímos isso.

Água, em grande parte do Nordeste, é uma realidade. Também o nosso Exército, com a Codevasf, fura dezenas de poços todos os meses, levando dignidade a essas pessoas. Eu tô mostrando o que nós fizemos, o que pretendemos continuar fazendo. Isso não é virtude, é obrigação.

E quando se fala em transposição, se fala em corrupção. Em 2015, vocês sabem quem estava na frente do governo. Mas os desmandos, os descasos, a roubalheira, obras começadas e não concluídas, a Petrobras se endividou em US$ 180 bilhões, divida de R$ 900 bilhões. Para ter noção o quanto de dinheiro foi desviado, isso daria para fazer 60 vezes a transposição do rio São Francisco, contas que vocês estão pagando. 

Iniciamos um governo com sérios problemas éticos, morais e econômicos. Formar ministério não foi fácil. Muita gente queria que muitos ministérios fossem formados a exemplo de outros governos. Conseguimos ter a coragem – e eu peço a Deus a força para escolher o time de ministros. Vocês hoje conhecem os nossos ministros, conhecem em grande parte os deputados federais, os senadores, sabem o que Poder Legislativo.

Hoje você sabem também o que é Supremo Tribunal Federal. Montamos o nosso ministério. O nosso povo hoje tem conhecimento, sabe pelo que deve lutar. O poder emana do povo se o povo bem escolher os seus representantes. 

Como disse a minha esposa aqui, a minha vida não é fácil, mas eu fui voluntário. E modestamente, Marco Feliciano, tem alguma coisa nos ligando. Não tem outra explicação para estarmos de pé até hoje. Por termos enfrentado uma pandemia, uma guerra que não acabou ainda, uma seca como não vista nos últimos 90 anos, o mundo todo sofrendo as consequências daquela política que eu fui contra: “fica em casa que a economia a gente vê depois”. 

Todos vocês sofreram com isso. Não vocês brasileiros, apenas. O mundo todo sofreu com isso. Buscamos medidas para minorar o sofrimento do nosso povo. Alguns falam: ele não tem o olhar para os mais pobres. Em 2020, onde muitos obrigaram todos a ficar em casa, eu falei: vamos combater o vírus e também fazer com que a nossa economia não seja destruída com a obrigação de ficar em casa.

Descobrimos que tínhamos os conhecidos “invisíveis informais”, aqueles, talvez alguns aqui, que vendiam biscoito Globo na praia, vendiam um picolé na arquibancada de um jogo de futebol, um cachorro [sic] de gato em praça pública, esses foram obrigados a ficar em casa para morrer de fome, ou para sair de casa desesperado por um pão para o seu filho, e fazer coisa que ele nunca imaginava que poderia fazer. O que o governo fez imediatamente? Criou o Auxílio Emergencial. 

Nós gastamos em 2020, com o Auxílio Emergencial, o equivalente a 15 anos de Bolsa Família. Como assim o governo não pensa nos mais pobres? Esse governo, no final no ano passado, dentro da responsabilidade fiscal, extinguiu o Bolsa Família, que pagava em média R$ 190. Tinha gente, tinha mulheres ganhando R$ 80. Passaram a ganhar no mínimo R$ 400. 

E agora, com o apoio do nosso Parlamento, deputados e senadores, passamos para R$ 600. E conversei essa semana com o Paulo Guedes: esse valor será mantido a partir do ano que vem. Com a inflação prejudicando a todos, em especial o preço dos combustíveis, tivemos a presença marcante do presidente da Câmara aqui presente, meu amigo de longa data Arthur Lira. Ele é o dono da pauta na Câmara dos Deputados. Nada é colocado em votação se não for por decisão dele. 

Botou para voltar a Proposta de Emenda à Constituição, projeto de lei, botando um freio na sanha de impostos no Brasil. Zeramos impostos federais de gás de cozinha desde o ano passado, de diesel há 4 meses, e foi colocado um teto do ICMS, que é o imposto estadual não apenas para combustível, mas para energia elétrica, para as comunicações e para o transporte. Tenho certeza: teremos deflação no corrente mês. 

Eu sei que a figura mais importante hoje aqui sou eu. Mas se não é o Arthur Lira, esse cabra-da-peste do Alagoas, não teríamos chegado a esse ponto. Obrigado Lira, obrigado deputados e senadores. É o trabalho em conjunto. Eu conheço o Parlamento, fiquei lá dentro 28 anos. Já discursei para um plenário vazio vária vezes. Mas porque eu discursava para um plenário vazio​​?  Para ter um espaço à noite na Voz do Brasil. 

Montamos o nosso ministério. posso citar vários outros ministros, como por exemplo o Fábio Faria das Comunicações. É o homem que negociou o 5G para o Brasil. A garotada que tanto gosta de jogar vai jogar com 5G no Brasil, além de muitas outras coisas fantasísticas com o 5G. 

Estive com o senador Ciro [Nogueira] no Estado dele, Piauí, em uma fazenda 5G, onde a precisão na direção das máquinas está na casa dos 2 cm. Além de outras ações com o 5G no campo, a produtividade aumenta em média 20%. O nosso agronegócio na vanguarda.

Quando eu decidi ir para a Rússia em fevereiro, fui criticado por grande parte da mídia, por uma parte considerável de chefes de Estados de outras países. Decisão? Vamos para a Rússia. Botei o Braga Netto dentro da avião e fomos conversar com o Putin. Conversei por 3 horas com  ele, a 2 metros de distância e sem máscara.  

A negociação, interesse dos nossos povos. Dois meses depois, aportaram no Brasil 26 navios com fertilizantes. O nosso agronegócio, prezada Tereza Cristina, uma gigante no nosso ministério. Vem cá, Tereza. Essa é a pequena grande mulher que faz a diferença. Todas as minhas viagens no exterior foi precedida pela viagem dela. Quando eu chegava já estava quase tudo pronto, faltava apenas as assinaturas. 

Essa pequena grande mulher, com os fertilizantes, garantiu a nossa segurança alimentar, bem como a segurança alimentar de mais de 1 bilhão de pessoas pelo mundo. A senhora presidente da OMC há 3 meses veio a Brasília. Conversamos por uma hora. Ela saiu dali e lá fora, declarou: sem o Brasil, o mundo passa fome.

O nosso agronegócio é fantástico. Não é lucro apenas para o homem do campo. Sem eles produzirem, temos inflação nos alimentos, ou o que é pior: poderemos ter desabastecimento, falta de alimento. Mas ainda o trabalho dela, fantástico. 

Vocês devem se lembrar: lá no governo Fernando Henrique Cardoso, tínhamos em média uma invasão do MST por dia. No nosso governo, passou a ser 4 por ano. Ela escolheu para presidir o Incra uma pessoa chamada Geraldo Melo. E ele, cumprindo a determinação da Tereza Cristina, começou a titular terras pelo Brasil. Concluímos agora 370 mil propriedades tituladas.

Essas pessoas que integravam o MST eram posseiros, eles não eram donos da sua terra. Passavam um ônibus ou um caminhão e esse pessoal era obrigado a embarcar e invadir uma propriedade que nem sabia onde ficava, quais os motivos, qual a razão. Se não fizesse isso, perdia a posse de sua terra. 

E um detalhe importante, já que minha esposa falou sobre mulheres: dos 370 mil títulos, 90% são de mulheres. Homem, no meu governo, só tem título se ele for solteiro ou viúvo. Sendo casado ou vivendo em união estável, o título vai para elas. Elas sabem melhor cuidar desse negócio. Mas ainda: trouxemos esse pessoal para a legalidade, tornaram-se cidadãos, podem procurar uma agência bancária, se integraram à agricultura familiar. Passaram a ser amigos do fazendeiro do lado e se preocupar de modo que a sua terra não venha a ser invadida. Mudaram completamente de lado não pela força, mas pela razão. Esse é mais um pedaço do que faz o nosso governo.

2020 e 2021, pandemia. Lamentamos todas as mortes. Fizemos o possível. A condução do combate ao covid, por decisão judicial, passou de ser de governadores e prefeitos. Alguns conduziram muito bem, outros nem tanto. Esses nem tanto fizeram com que vocês experimentassem um pouquinho o que é ditadura, “fica em casa”, mandando a sua força policial prender surfista, prender mulheres em praça pública, prender pequenos comerciantes que tinham botado seu carrinho em um esquina porque ele precisava alimentar à sua família.

E também grave, Marcos Feliciano: mandaram fechar igrejas e templos religiosos. Nem em guerra se fecha uma igreja ou um templo religioso. Alguns governadores, em especial do Nordeste, tomaram medidas restritivas não permitidas sequer em estado de sítio, que eu posso pedir, mas o decreto vai pro Parlamento. E se algo errado acontecer durante o estado de sítio, eu presidente que respondo. Esses que abusaram não responderam por nada.

Aprendemos um pouquinho, sentimos na pele o que é uma ditadura. Mas o tempo passa, as feridas cicatrizam. Nós temos que pensar não apenas no Brasil do presente, no Brasil do futuro. Temos que nos antecipar a problemas. E olha só: quando se fala em Nordeste, já começa a sair da prancheta a construção de eólicas offshore –ou seja, torres de energia construído na costa do Nordeste, do nosso Nordeste, tão esquecido por aqueles que diziam amar o nosso povo de lá.

A produção de energia, energia limpa, será equivalente a 50 vezes Itaipu Binacional. O Nordeste todo será reindustrializado. A maior parte da energia será vendida para outros países –o hidrogênio verde. E quando se fala em Itaipu Binacional, para se falar de apenas uma estatal que nós temos, não é fácil privatizar. Algumas, no meu entendimento –não, pouquíssimas– que são estratégicas.

Vocês conheciam Itaipu Binacional apenas como uma usina que gerava energia e mais nada além disso. Quase nada era feito com o lucro daquela empresa. Com a nossa chegada ao governo, terminamos, com os recursos de Itaipu Binacional, a extensão de 600 metros no aeroporto de Foz do Iguaçu. Já estamos com condições de receber voos de outros países. Não mais vão pousar na Argentina. Ao pousar no Brasil, vão ocupar a nossa rede hoteleira.  

Mais: daqui a 2, 3 meses, vamos concluir a 2ª ponte do Brasil com o Paraguai. E não é uma ponte qualquer: o seu vão é de 500 metros. Já começou a se fazer a 2ª ponte com o Paraguai lá em Porto Murtinho, no nosso Mato Grosso do Sul da Tereza Cristina. Faz parte da Biocênica, é a nossa saída pro Pacífico. O que estamos fazendo não é virtude, é obrigação. Temos o zelo com a coisa pública. Não tem jeitinho no nosso governo. Três anos, 3 anos e meio sem corrupção. Se aparecer, vamos colaborar nas investigações.

Tivemos a CPI da Covid. Qual a conclusão da CPI da Covid? Não acharam nada. Me acusaram de corrupto virtual, que queria comprar a vacina Covaxin. Mas não quiseram apurar o consórcio do Nordeste, onde desviaram R$ 50 milhões e não compraram um respirador sequer. Teve nordestino que morreu asfixiado por falta de respirador. Mas nós sabemos do caráter do presidente da comissão. O caráter desse presidente da comissão, que foi ministro da Justiça de Fernando Henrique, que foi procurado pelo então sindicalista Lula para botar em liberdade 10 sequestradores, e chamou os sequestradores de meninos que que se equivocaram quando fizeram o sequestro.

Esse mesmo cara que defende o roubo de celular como um direito do bandido para roubar para tomar uma cerveja. Esse mesmo cara que fala que a guerra da Ucrânia se resolve tomando cerveja. Esse mesmo cara que quer legalizar o aborto no Brasil. Esse mesmo cara que quer legalizar as drogas no Brasil. Será que esse cara sabe quanto sofre uma mãe quando um filho se entrega às drogas?

Será que ele sabe o sofrimento dessa mãe com essa criança no mundo das drogas? Esse mesmo cara, que em decreto de 2019, além de querer a desconstrução da heteronormatividade, criou o que se chama ideologia de gênero. Com isso, emboscar os nossos filhos e netos a partir dos 5 anos de idade dentro da escola, para estimulá-lo ao sexo desde essa idade. Isso não é papel de alguém que quer o bem do seu povo. Não teria aqui adjetivo para qualificá-lo nesse momento. Quem sabe em um debate –caso ele esteja presente.

Vamos para o encerramento. Eu tenho dito que tem algo mais importante que a nossa vida: é a nossa liberdade. Eu quero me dirigir àquele jovem de esquerda que fala que é bacana o outro lado. Esse jovem de esquerda, como quase todo o jovem, tem um telefone celular. Dizer para esse jovem de esquerda que o seu candidato prega o controle social da mídia. Diz que quer regulamentar as mídias sociais. Dizer a esse jovem que países como Coreia do Norte, Cuba, a internet só é acessada para você ver conteúdos do governo. Você não tem liberdade. Você quer perder a sua liberdade nas mídias sociais?

A nossa imprensa quer ser controlada por esse outro governo. Por pior que sejam algumas matérias contra a minha pessoa, eu entendo como liberdade, mesmo sendo injusta na maioria das vezes essa matéria. Pior que uma imprensa trabalhando mal é uma imprensa fechada. Jamais defenderei o fechamento da mídia no Brasil.

Dizer a esse jovem –até porque é comum termos na nossa família gente que é de esquerda, em especial os mais jovens. Até porque tem um velho ditado: quem até os 20 e não foi de esquerda, é porque não tem coração. Quem depois dos 20 continua de esquerda é porque não tem cérebro. Se os pais tiveram condições, paguem uma passagem para esse jovem, prezado governador Denário, ir para o seu Estado, Roraima, ir para Boa Vista. E, se for possível, vá para Pacaraima –que é divisa do Brasil com a Venezuela– e veja, jovem, os seus colegas jovens fugindo a pé para o Brasil.

Hoje, a média, que já está há vários anos, são de 500 pessoas vindo da Venezuela para cá. Você vai ver o seu colega jovem, com a mesma idade tua, pesando em média menos 15 kg. Fugindo muito mais da fome do que da violência. A maioria que ela chega lá são mulheres e crianças. Mulheres são mineiradas ao longo do caminho, são obrigadas a se prostituírem para poder alimentar os seus filhos. Vão para os abrigos do Exército ou em Pacaraima, ou em Boa Vista –lá do governador Denário, que colabora conosco grandemente no Estado de Roraima. 

Nós queremos isso para o Brasil? E olhem que a Venezuela é um país que tem as maiores reservas de petróleo do mundo. De nada vale um país rico se o povo escolhe um bandido para a Presidência da República. Querem dar a Presidência da República para um cachaceiro descondenado? O que eu falo não é um ataque, é uma constatação. Afinal, por outra passagem bíblica que eu sei por muito durante a campanha, hoje é uma realidade para todos nós: João 8:32, “E conheceis a verdade e a verdade vos libertará”. 

A verdade dói. O nosso povo estava acostumado a mentiras mansas, a promessas vazias. Quando chega alguém que resolve falar a verdade desde a pré-campanha até hoje, alguns se assustam. “Ele é grosso, ele não gosta de mulher, ele não gosta de negro, ele não gosta de nordestino, ele faz discurso de ódio”. Quando se fala em gabinete do ódio, tem um ministro que fala grosso: “tem gabinete do ódio”. Me aponte uma matéria do gabinete do ódio, uma matéria. Não tem. 

A verdade liberta. Hoje vocês sabem quem está ao lado de vocês. Costumam dizer: “hoje nós temos um presidente que acredita em Deus, que respeita seus militares e policiais, que defende a família e deve lealdade ao seu povo. Tenham pena da minha segurança. Estou no meio do povo. Já falei para ninguém me advertir mais: vou continuar no meio do povo aconteça o que acontecer. 

Esse povo recarrega as minhas baterias, e eu ouço deles 3 frases, o “te amo” seria a 4ª. Primeiro: não desista. Sou imbrochável. A outra é: Deus te abençoe. Muito obrigado. Tenho certeza de que Deus está com o Brasil. E a 3ª: estamos orando por vocês. Esse é um país cristão, um país de valores, um país do presente e do futuro, um país que nos orgulha. 

E eu faço uma comparação sempre com outro país que tem a ver tudo com conosco pela sua história, que está na Bíblia Sagrada: o Estado de Israel. Olhem o que Israel não tem: eles não têm nada. Eles não têm recursos minerais, não têm água potável, não têm terras agricultáveis, não têm as nossas belezes naturais. Mas olha o que eles são. Voltem seus olhos para o seu Brasil: nós temos tudo. Temos água potável, reservas minerais, biodiversidade, terras agricultáveis, uma paisagem maravilhosa, um clima fantástico, e olha o que nós não somos. Onde erramos nas nossas escolhas? 

Tem gente melhor do que eu aqui mesmo. Tem centenas. Mas, no momento, temos apenas duas opções pela frente. Eu comparo muitas coisas, nós devemos fazer comparações para decidir. Comparem meus 3 anos e meio com outros 3 anos e meio de outros governos. Mas não se esqueçam: eu enfrentei uma pandemia, eu enfrentei uma seca. Estamos sofrendo consequências de uma guerra há 10.000 km de distância.

E uma coisa importante, quero repetir aqui. Após meu encontro com o presidente Putin, teve declaração à imprensa, porque lá não se aceita que a imprensa pergunte, a regra do jogo é a dele. A imprensa do mundo presente. E eu declarei, agradeci ao presidente Putin, porque em 2 momentos o mundo rico queria discutir a relativização da soberania nossa sobre a Amazônia. E com o seu poder de veto, ele falou: a Amazônia é do Brasil e não tem mais conversa. 

Alguns queriam que eu ficasse do lado daqueles que queriam a Amazônia pra eles. A Amazônia é nossa, não será repartida com o mundo. Fazemos o possível para preservá-la, mas temos lá –coronel Menezes, meu colega lá do Amazonas– temos lá 25 milhões de brasileiros que tem que ser tratados, protegidos por nós. Em grande parte, protegidos pelo Exército brasileiro nos seus comandos militares de área e nos seus pelotões de fronteira e batalhões. 

Onde quer que seja do nosso Brasil, temos a presença das nossas Forças Armadas. Forças Armadas que cada vez mais foram afastadas do centro do poder com a criação da Defesa em [19]99 não por uma necessidade militar, mas por uma imposição política. O militar atrapalhava os governos naquela época. No nosso governo, mudamos isso. Falaram que botaram muito militar. Acho que não botei muito, botei o suficiente. Mas se fosse para botar bandido, vocês tinham votado no outro candidato. 

Alguns falam sobre o meu escolhido para vice. Tem aqui o Cláudio, que é governador, temos prefeitos. O vice é aquela pessoa que tem, que está ao seu lado nos momentos difíceis. O vice não pode ser aquela pessoa que conspire contra você. O vice é a solução do problema. E eu escolhi sim um general do Exército brasileiro que vocês conhecem muito bem por ocasião da intervenção aqui no Rio de Janeiro, um Estado à época tomado pelo caos. Ele recebeu a missão de intervir no Estado. E fez um trabalho fantástico no nosso Rio de Janeiro. Muitas consequências positivas o Cláudio Castro hoje colhe.

O Braga Netto, depois, coloquei como chefe da Casa Civil, posto agora que o senador Ciro com muito zelo ocupa, fazendo a negociação com o mundo político. Depois, eu coloquei no Ministério da Defesa. Ele pegou a pandemia quando ocupava a Casa Civil e a Defesa. Fez o seu trabalho juntamente com o ministro da época da Saúde, depois o Queiroga que está presente aqui, levando meios para o Brasil todo. A nossa Força Aérea trabalhou 24h por dia. A nossa Marinha, da mesma maneira. E trabalhando duro. Manteve o semblante do militar. A vontade dele é servir à sua pátria. 

Esse é o espírito que nós levamos para dentro do Poder Executivo, trabalhando com gente sério ao seu lado. E a prova ta aí. Eu não preciso falar para vocês, nesse meu lançamento à reeleição, o que eu vou fazer caso reeleito democraticamente e de forma transparente. Vocês sabem o que eu vou fazer.  

Obviamente, aprendi muita coisa. Algumas coisas temos que mudar para melhor. Temos que trazer o jovem de esquerda para o nosso lado, mostrar a verdade para ele. Mostrar o que ele tem a perder com o seu candidato. Onde o seu candidato apoiou outros pela América do Sul, olha a miséria que tá esse país. Olha a Venezuela, que Chávez e Maduro tinham o apoio do cara. Olha para onde está indo a nossa Argentina, a sua economia, um país próspero: 50% da população está próxima da linha da pobreza.

Olha pra onde está indo o Chile, cuja 1ª medida do presidente eleito foi acabar com os carabineiros, a sua Polícia Militar. Olha a nossa Colômbia, onde elegeram um guerrilheiro. Um dos serviços mais procurados na Colômbia atualmente, porque o cara não assumiu ainda, é o serviço de passaporte. O pessoal quer sair do seu país. Nós não vamos sair do Brasil! Nós somos a maioria. Nós somos do bem. Nós temos disposição para lutar pela nossa liberdade e pela nossa pátria.

Convoco todos vocês agora para que todo mundo no 7 de setembro vá às ruas pela última vez. Vamos às ruas pela última vez! Estes poucos surdos de capa preta tem que entender o que é a voz do povo. Tem que entender que quem faz a lei é o Poder Executivo e o Poder Legislativo. Todos tem que jogar dentro das 4 linhas da Constituição, interessa para todos nós. 

Não queremos o Brasil dominado por outra potência, e temos outras poucas potências de olho no Brasil. O que nós queremos? Paz, tranquilidade, respeito à Constituição, respeito às leis, interdependência entre os Poderes. Queremos harmonia, queremos prosperidade, gerar alegria para vocês. Isso não é fácil, mas quem deve dar o Norte para nós é o povo brasileiro. Tenho certeza que aquilo que vocês querem será atingido. A maioria dessas pessoas querem o nosso bem. Não podemos simplesmente deixar as coisas acontecerem. Não é fácil você tentar mudar algo que vinha torto há décadas, mas dá para mudar o destino do Brasil, como estamos mudando.

Eu sou o 1º presidente que teve um teto de gastos, ninguém teve isso. Eu tenho um limite para gastar. Mas dizer a vocês: vivemos em um país maravilhoso, um país fantástico, com um povo completamente miscigenado. O atual presidente não procura dividir para vencer. Eu não divido brancos e negros, homos e héteros, nordestinos e sulistas, homens e mulheres. É um governo de todos os 215 milhões de brasileiros. Todos nós queremos a mesma coisa. Nós sabemos que o outro lado tem a malícia, tem a mentira, tem falsas promessas. Nós temos a realidade, custe o que custar, doa ou não palavras fortes que serão ditas. 

Todos nós somos iguais. A minha diferença para vocês agora para vocês é que eu estou no tablado. Não existe nenhuma diferença entre nós. O que eu mais quero é, lá na frente, bem lá na frente, entregar o poder, de forma democrática e transparente, para quem vier me suceder, mas entregar um país muito, mais muito melhor do que aquele que recebi em 2019.

Vocês sentiram o gosto de acreditar na política. Sentiram como é gostoso estar na política e defender uma boa causa, acreditar no outro lado –que fala a tua linguagem, que tem o teu coração verde-amarelo, e quer um futuro melhor para o seu país. Nas minhas andanças pelo Brasil, uma coisa fantástica: cada vez mais eu vejo nas ruas as cores verde e amarela. Ontem, em Vitória, não tinha prédio que não tinha algumas bandeiras do Brasil em suas janelas.

Uma juíza identificou a bandeira nacional como um símbolo meu. Ora, não é um símbolo meu não, é um símbolo nosso. Mas muito obrigado por essa comparação. Nós não queimamos a nossa bandeira. Nós não pisoteamos essa bandeira. Essa bandeira nos une. Essa bandeira mostra que nós temos um governo, temos um povo, temos uma nação ao nosso lado. É o símbolo maior da nossa pátria. 

Nós militares juramos dar a vida pela pátria. Todos vocês aqui juraram dar a vida pela sua liberdade. Repitam aí: “eu juro dar a vida pela minha liberdade”. Mais uma vez. Esse, Braga Netto, é o nosso exército. É o exército do povo. É o exército que está do nosso lado. É o exército que não admite corrupção, não admite fraude. Esse é o exército que quer transparência, que quer respeito. Quer não, merece e vai ter. Esse é o exército que nos orgulha. É o exército de 210 milhões de pessoas. 

Não tem preço, nas minhas viagens pelo Nordeste, quando falo com o comandante do helicóptero: procura um pequeno vilarejo, uma pequena cidade e pousa lá. Chamo de “parada inopinada”. Não tem preço a maneira como nos tratam, com o carinho que o povo nodestino nos recebe. Isso é em qualquer lugar do Brasil. De onde vem isso tudo? Vem da confiança, vem da palavra, vem da verdade. Isso não tem preço. 

Me considero nesse momento o craque do Botafogo que marcou o 2º gol contra o Athlético-PR. O meu time do coração no Rio de Janeiro, o nosso Botafogo de Futebol e Regatas. Esse é o país da alegria, da fraternidade, da amizade. É um país de paz. Não precisamos de outra ideologia que não deu certo em nenhum  lugar do mundo. Precisamos é continuar com o que nós temos, aperfeiçoando alguma coisa, mas para o bem de todos. Não ousem tocar na liberdade do meu povo! 

Dizer a vocês, como a minha esposa a pouco disse, não ficou fácil a nossa vida. Mas uma coisa me conforta: é não ver sentado naquela minha cadeira um comunista. Para mim, seria muito, mas muito mais fácil estar do outro lado, mas eu não dormiria em paz. Estaria traindo 58 milhões de pessoas, no mínimo, que votaram em mim em 2018. Pessoas que acreditaram, que viram um capitão do Exército, um deputado federal do nada se lançando candidato à Presidente da República. O povo havia se cansado de velhas práticas. Estamos mudando o Brasil de verdade, e não estamos deixando ninguém para trás. 

Dizer a vocês do orgulho, da satisfação de estar nesse evento, que poderia ser um evento aberto, mas optou-se por esse lugar. É um momento realmente de satisfação, de reforçar o meu pedido ao nosso Deus: que dê discernimento a todos para decidir não com o coração ou emoção, mas decidir com razão o futuro do nosso Brasil. Uma andorinha não faz verão, mas todo o verão começa com uma andorinha. 

Tenho certeza: hoje somos muito mais do que os 58 milhões de 2018. As ruas mostram isso. O tratamento de vocês, o calor, o carinho, não tem preço. Há um casamento entre nós que é materializado pela família. Deus, pátria, família e liberdade. Há um casamento entre nós, um compromisso de sangue para nós levarmos o Brasil a um porto seguro. Para nós combatermos todas as práticas nefastas do passado. E de dizermos a todos, sem exceção: ninguém pode tudo nesse país, nem mesmo o seu presidente. E trabalhando e agindo dessa maneira, tendo o entendimento de vocês, nós atingiremos esse objetivo. 

Eu quero concluir com um estrato de uma outra passagem bíblica, já que todos nós teremos um ponto final um dia. Diz: “nada temeis, nem mesmo a morte, a não ser a morte eterna”. Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.” 




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