Leo Dias e Metrópoles pedem perdão à atriz vítima de estupro. “Praticamos mau jornalismo”

A semana foi marca pelas conversas no entretenimento de uma jovem atriz que teria entregue seu filho para adoção. O ‘buchicho’ foi tomando grandes proporções após a entrevista do colunista do Metrópoles, Leo Dias, no programa de Danilo Gentili. Durante a entrevista, Dias não revelou o nome nem a data do ocorrido.

Ontem, sábado (25), a atriz Klara Castanho, de 21 anos, escreveu uma carta aberta em seu perfil no Instagram, relatando ter sido vítima de estupro e que ficou grávida. Devido às circunstâncias da concepção, ela decidiu entregar a criança para adoção.

Neste domingo (26), Leo Dias e o site Metrópoles publicaram uma carta pedindo perdão à atriz. Mesmo sem revelar a história por completo, Leo explicou que somente publicou sobre o tema após a publicação da carta aberta de Klara, mas que errou pois não deveria ter publicado nada sobre o assunto, por ser um tema tão doloroso e tão delicado.

“Mesmo que eu soubesse de tudo desde o início, eu não deveria ter escrito nenhuma linha sobre esta história ou ter feito qualquer comentário sobre algo que não tenho o direito de opinar. Apesar da minha proximidade com o fato, reconheço que não tenho noção da dor desta mulher. E, por isso, peço, sinceramente, perdão à Klara”, escreveu Leo Dias no Metrópoles.

A situação exposta pela atriz revelou não somente a violência da qual foi vítima e resultou na gravidez indesejada. Mas houve também uma sucessão de ameaças sofridas pela jovem que já estava tão emocionalmente abalada, mas teve sua intimidade violada por alguns integrantes da equipe responsável por seu parto.

Eis a nota do Metrópoles:

Sobre o episódio de Klara Castanho, erramos. O Metrópoles não deveria ter permitido que o colunista Leo Dias, que publica suas colunas no portal, desse detalhes sobre o triste caso envolvendo uma mulher em situação de extrema vulnerabilidade.

Não há justificativa que sustente o argumento do interesse público em conhecer detalhes sobre uma história em que os únicos interessados são a vítima e seus familiares. E, neste caso, a Justiça e o Ministério Público, que intercederam para ajudar Klara no processo de adoção da criança.

Em relação à Klara Castanho, praticamos mau jornalismo.

Não é uma justificativa. Mas, as circunstâncias neste episódio, contribuíram para que o erro demorasse a ser corrigido. A matéria foi ao ar por volta das 21h e retirada duas horas depois.