Justiça rejeita pedido de investigação contra Lula por incitação de protestos nas residências de parlamentares
A Justiça Federal de São Paulo se negou a abrir investigação contra o ex-presidente Lula (PT) por suas declarações no começo do mês de abril, quando ele incitou que a população fizesse protestos em frente à casa de parlamentares e que intimidassem suas famílias.
A fala aconteceu durante um evento da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Lula foi enfático ao dizer que seria interessante as pessoas ‘visitarem’ os deputados para falar com eles, suas esposas e filhos.
“Se a gente pegasse, mapeasse o endereço de cada deputado e fosse 50 pessoas na casa do deputado, não é para xingar, não, é para conversar com ele, conversar com a mulher dele, conversar com o filho dele, incomodar a tranquilidade dele, é muito… Eu acho que surte muito mais efeito”, declarou o ex-presidente.
Vários parlamentares reagiram contra as declarações e o Ministério Público Federal abriu investigações para apurar se houve ameaças ou incitação à violência. Porém a procuradoria entendeu que Lula não citou nominalmente nenhum político e que por esse motivo suas falas não devem ser entendidas como incitação pública à violência.
A juíza Fabiana Alves Rodrigues, da 10ª vara criminal federal de São Paulo, responsável pela decisão, afirmou não se tratar de menção a atos públicos não violentos na residência dos parlamentares.