Eleições

Ciro Gomes acusa o ministro da Defesa de tentar interferir nas eleições a mando de Bolsonaro


Nesta sexta-feira (24), Ciro Gomes, pré-candidato à presidência pelo PDT, usou suas redes sociais para publicar uma longa comentando a notícia-crime apresentada contra ele pela Defesa e pelas Forças Armadas. No texto, ele afirma chama a notícia-crime de “agressiva e intempestiva” e afirma que a instituição descontextualizou sua fala em entrevista à Rádio CBN.

“A nota, que mais uma vez explicita o grau de politização do atual comando das Forças Armadas, tenta distorcer a crítica que fiz ao notório descontrole que impera, em áreas da Amazônia, onde uma “holding do crime” age impunemente. As mortes trágicas de Bruno Pereira e Dom Phillips são os últimos episódios desta realidade pavorosa”, explicou o pré-candidato.

“Em nenhum momento, disse que as Forças Armadas, enquanto instituições de estado, estariam envolvidas com essa holding criminosa. Afirmei – e reafirmo – que frente à desenvoltura com que um tipo de estado paralelo age na área, é impossível não imaginar que alguns membros das forças de segurança possam estar sendo coniventes por dolo ou omissão”, pontuou Gomes.

Ciro afirma que exerceu seu direito de liberdade de expressão, sem excesso ou qualquer discurso de ódio. “Muito menos com desrespeito a uma instituição que prezo e defendo. Inclusive, afirmei, na mesma entrevista, que os militares são elementos essenciais a um Projeto Nacional de Desenvolvimento, além de ressaltar a importância do fortalecimento das Forças Armadas em um possível governo que eu venha a presidir”, aponta o candidato. “Assim como não confundo a ação das Forças Armadas com possíveis erros de alguns membros, não confundo, também, a essência da instituição com a linha imposta por comandos temporários que tentam submetê-la a caprichos políticos e interesses eleitorais.”

Gomes acusa o Ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, de tentar interferir no processo eleitoral por ordem do presidente Jair Bolsonaro (PL) e diz que ele não tem competência constitucional ou legal para indicar nomes para fiscalizar as urnas eletrônicas.

“Não me surpreende, portanto, que a iniciativa desta ação política contra mim – e contra a minha pré-candidatura – parta de um Ministro da Defesa que, possivelmente obedecendo ordens de seu comandante supremo, vem se notabilizando por tentativas de interferência no processo político. Como fez, há pouco tempo, quando comunicou de forma unilateral e autoritária ao Tribunal Superior Eleitoral que vai indicar nomes de militares para fiscalizar as urnas eletrônicas. Pergunto: qual competência constitucional ou legal dá autoridade a ele para indicar nomes para fiscalizar urnas eletrônicas? Indicação de militares para esta finalidade é típico desvio de função e finalidade. É caso, a meu ver, de improbidade administrativa por violação aos princípios da administração pública. Isto, sim, é claramente passível de punição legal”, encerra Gomes.

 

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