No mesmo dia em que a Petrobras anunciou lucro recorde de mais de R$ 44 bilhões, só nos três primeiros meses de 2022, o presidente Jair Bolsonaro fez um apelo pela redução do preço da gasolina e disse “não mando em vocês e não vou interferir, eu não tenho como interferir, veja o lucro abusivo que vocês têm”. O preço da gasolina sobe pela quarta semana consecutiva.
Em alguns estados o combustível chegou a R$ 8,999.
Bolsonaro classificou o lucro da empresa como “estupro” e disse que “ninguém aguenta mais, isso prejudica toda a economia brasileira”. “Não reajuste os preços dos combustíveis. Vocês estão tendo um lucro absurdo. Se continuar obtendo lucro dessa forma, e aumentando o preço do combustível vai quebrar o Brasil”, ressaltou Bolsonaro.
O último aumento no preço do diesel e da gasolina vendidas nas refinarias ocorreu em março. A gasolina é vendida a R$ 3,86 o litro para as distribuidoras e o diesel sai por R$ 4,51.
“Petrobras, você pode causar uma convulsão nacional caso aumento o combustível”, finalizou Bolsonaro.
Ignorando o apelo do chefe do Exevutivo, o presidente da Petrobrás, José Mauro Coelho, afirmou que os reajustes devem ser feitos para manter a saúde financeira da empresa e que vai manter a política de preços.
“Acho legítima a preocupação do presidente Bolsonaro em relação aos preços. Elevação acontece em todo o mundo, mas os administradores da Petrobras devem atuar alinhados à atual política de preços da companhia. Claro que a Petrobras não é insensível à sociedade, no momento em que o conflito entre Rússia e Ucrânia impacta mercados de energia, em especial de diesel. A empresa, preocupada com isso, não repassa a volatividade imediata, mas é claro que reajuste deve ser feito para manter a saúde financeira da companhia”, afirmou José Mauro.