O ex-presidente petista, Lula, falou que matou “adversários de inveja” ao ter sido entrevistado e ser capa da revista Time, divulgada na última quarta-feira (4). Enquanto isso, já se passaram mais de três anos, e ainda faltam muitos esclarecimentos sobre o atentado contra o presidente Jair Messias Bolsonaro (PL).
Apesar do caso seguir mobilizando o cenário político brasileiro, é sabido que o autor da facada em Bolsonaro, Adélio Bispo, poderá ser solto após nova perícia. O procedimento será feito para verificar se Adélio não é mais um homem que representa perigo para a sociedade. Coincidências a parte, mas, em pleno ano eleitoral, e a ameaça de o autor da facada em Bolsonaro estar à solta novamente, e com ambiente propício para reincidência. Quem compartilha do mesmo pensamento é o advogado do presidente Bolsonaro, Frederick Wassef, que inclusive é contra a eventual liberdade de Adélio Bispo.
O inquérito que apura o caso foi reaberto pela Polícia Federal (PF), em novembro de 2021, para apurar se Adélio teve ajuda ou recebeu ordens de terceiros. Dois inquéritos concluídos relataram que ele agiu sozinho.
Durante o processo judicial, Adélio foi considerado inimputável, ou seja, alguém incapaz de compreender o crime que cometeu em razão de doença mental, e se caso for comprovada a recuperação, deixará a internação e será avaliado periodicamente. Porém, enquanto isso não acontece, Adélio segue internado na penitenciária federal de Campo Grande.
Em contrapartida, existem muitas perguntas sem respostas ou quando tem respostas são completamente sem lógica. Adélio agiu sozinho? Quem arcou com os custos dos advogados de Adélio? Quem acreditou no financiador que pediu anonimato, e dizendo que agiu em defesa de Adélio simplesmente por “amor ao próximo”?
Para a defesa de Bolsonaro, Adélio não agiu sozinho e tão pouco ele sofre de transtornos mentais. Na verdade penso que a justiça anda falha, pois Adélio não sofrerá outras sanções se ficar comprovada a sua recuperação, e seguirá a vida em liberdade.
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) entrou com um recurso e o juiz Néviton Guedes, do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), proibiu a quebra de sigilo e o acesso aos dados do advogado. Para o Tribunal, a quebra violaria a relação entre cliente e advogado. Mas penso que com a quebra do sigilo bancário, as peças desse “quebra-cabeça” se encaixariam.
Por fim, Lula solto, livres de processos e ainda sai na capa da Time, Adélio com a possibilidade de liberdade, mas as dúvidas existências sobre a facada em Bolsonaro, ainda precisam de esclarecimentos.
E seja bem-vindo ao Brasil, o país da impunidade e, com isso, o risco de vermos a cena que chocou o mundo durante a disputa eleitoral em 2018 se repetir. Leis falhas corroboram para que crimes fiquem impunes.
E a pergunta continua sem resposta: quem mandou matar Bolsonaro?
