Mulheres em home office na pandemia e conflitos ao conciliar trabalho e família
Há dois anos sofremos os impactos causados pandemia e com a política do “fecha tudo e fica em casa, e a economia vemos depois”, vimos acontecer inúmeras transformações, em especial, no mercado de trabalho uma vez que empresas suspenderam total ou parcialmente as atividades.
Com as mudanças e incertezas, veio a necessidade de fazer adequações e, assim, criar novas diretrizes para continuar. O home office ou trabalho remoto, que já crescia nos últimos anos se fez mais presente em nosso dia a dia. Contudo, as empresas que já trabalhavam com esse sistema, não tiveram tantas dificuldades para se adaptar.
Foi uma alternativa para continuar fazendo o “moinho girar” e não parar? Sim, e sem dúvidas foi melhor do que parar totalmente. Mas, hoje, analisando determinados setores, venhamos e convenhamos, ao mesmo tempo em que pode ser mais confortável (podemos dizer assim) ao pensarmos em trabalhar sem sair de casa, tem o outro lado da moeda, se pensarmos em questões de privacidade e organização ao colocarmos todas essas rotinas em um único espaço.
Uma pesquisa realizada em abril de 2020 pelo LinkedIn indicou que 62% dos entrevistados estão mais estressados com o trabalho do que antes. Estes afirmam que têm trabalhado mais horas (68% têm trabalhado pelo menos uma hora a mais por dia, sendo que 21% chegam a trabalhar até quatro horas a mais). Além disso, 20% apontam dificuldades para conciliar as demandas do trabalho com o cuidado dos filhos. Mas, apesar dessas dificuldades, 59% dos entrevistados afirmam que, com a quarentena, têm tido mais tempo de qualidade com a família.
Imagine uma família grande, por exemplo, e uma mãe e com filhos pequenos tendo que administrar as rotinas do trabalho e da casa, e tudo acontecendo no mesmo espaço?! É puro malabarismo com toda certeza!
A compreensão do trabalho remoto trouxe os efeitos em especial para as trabalhadoras sem dúvidas, decorrente da constatação de que no Brasil, cabe às mulheres a maior responsabilidade com a casa e os filhos. Dados divulgados pelo IBGE (2019), inclusive antes da pandemia, que explana sobre “outras formas de trabalho”, e aponta que a taxa de realização de afazeres domésticos das mulheres foi de 92,2% ratificando sua superioridade em relação ao percentual de homens, que totalizou 78,2% (IBGE, 2019). Tais percentuais revelam que ao conciliar o trabalho trabalhar em casa, conciliar com os afazeres domésticos, e ainda cuidar dos filhos trouxe mais sobrecarga para as mulheres.
Porém, mesmo diante desses dados os quais considero alarmantes, penso que se conseguir unir flexibilidade e organização ao programar o trabalho híbrido dentro de casa tudo conspirará a favor. Então, flexibilize e organize-se! De que forma? Vamos lá…
Para ter mais conforto, comodidade e concentração, opte por um espaço da casa em que consiga isolá-lo da rotina da casa. Além disso, planeje o dia de trabalho, com os horários para a execução das tarefas e os intervalos. Procure não misturar a rotina do trabalho com os afazeres domésticos. Afinal, um planejamento bem executado dará certo.
Além disso, busque suporte familiar, e pedir apoio do marido ou até mesmo de outros membros da família, assim, a rotina se tornará mais leve o avanço no conciliar das atividades das esferas laboral e familiar será mais proveitoso.