Pressão contra premiê britânico pró lockdown aumenta após divulgação de festas que organizou durante o confinamento
As denúncias de festas envolvendo o primeiro-ministro Boris Johnson durante o lockdown do Reino Unido fez com que a opinião pública atacasse duramente o político. Apesar de pedir desculpas aos britânicos, o premiê afirma que não pretende renunciar ao cargo, que deve ocupar até 2024.
No entanto, com a atual situação, existe uma pressão para que o partido do primeiro-ministro, o partido Conservador, retire o apoio a Johnson e que seja escolhido um novo nome antecipadamente. Vale lembrar que não é a população que elege quem ocupa essa posição no sistema parlamentarista, mas os membros do partido ou da coalizão com maior número de parlamentares eleitos.
As medidas restritivas impostas pelo governo do Reino Unido na pandemia foram uma das bandeiras de Johnson em 2020, levando a população à ira com a revelação do escândalo batizado pela imprensa britânica como Partygate, uma referências as festas realizadas na residência oficial e que violaram as regras de isolamento do país.
Johnson assumiu o cargo de primeiro-ministro em 2019 após a saída da contestada Theresa May, em meio a uma tentativa de viabilizar o Brexit — apelido dado à saída do Reino Unido da União Europeia. Logo de início, o jeito atrapalhado e pouco tradicional para um político britânico fez com que a imagem do premiê ficasse cada vez mais desgastada.
O Partygate, por si só, arranha ainda mais a imagem de Johnson, que atualmente enfrenta a deserção de parte da equipe de ministros, incluindo renúncias por suspeitas de fraude em auxílios que podem chegar a 3,4 bilhões de libras esterlinas (cerca de R$ 25 bilhões).
Porém, soma-se a isso as acusações de chantagem dentro do partido Conservador e um caso de islamofobia contra a ex-ministra júnior de Transportes de Johnson, Nus Ghani. Todas essas questões sensíveis à sociedade britânica dificultam a vida do premiê no cargo.
Nesta semana, a alta funcionária do governo britânico Sue Gray deve divulgar um relatório completo sobre as festas organizadas por Johnson durante o lockdown. O inquérito deve trazer pontos desconhecidos pelo grande público, mas que dificilmente prejudicarão ainda mais a popularidade de Johnson.
Neste momento, o primeiro-ministro está tentando juntar aliados e fornecendo favores a parlamentares de diferentes seguimentos para reduzir os danos dos escândalos do governo e manter a governabilidade do Reino Unido.
Outro ponto que pode trazer folego para Johnson são as eleições locais, que acontecerão no próximo trimestre. Segundo Pavese, movimentações bruscas, como a queda do primeiro-ministro, podem alterar drasticamente os resultados do pleito — algo que deve ser evitado a todo custo pelos políticos do partido Conservador.
Com informações do R7