Contas do Governo Central tem o melhor resultado desde 2014
O crescimento da arrecadação e a redução de gastos relacionados à pandemia de covid-19 fizeram o déficit primário fechar 2021 no menor nível desde 2014, divulgou hoje (28) o Tesouro Nacional. No ano passado, o Governo Central – Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – registrou resultado primário negativo de R$ 35,073 bilhões.
Em dezembro, a Secretaria Especial de Tesouro e Orçamento havia divulgado que a projeção de déficit primário para 2021 estava em R$ 89,823 bilhões. O resultado também foi melhor que as previsões do mercado. Segundo a pesquisa Prisma Fiscal, divulgada todo mês pelo Ministério da Economia com instituições financeiras, os analistas de mercado previam déficit primário de R$ 83 bilhões para o ano passado.
O resultado primário representa o resultado negativo das contas do governo desconsiderando o pagamento dos juros da dívida pública. Apenas em dezembro, o Governo Central teve superávit primário de R$ 13,824 bilhões e o melhor para o mês desde 2013, quando tinha atingido R$ 14,397 bilhões.
O resultado primário em dezembro foi melhor que o projetado pelas instituições financeiras. Os analistas de mercado estimavam déficit de R$ 14,4 bilhões no mês passado, de acordo com o Prisma Fiscal.
Em 2020, o Governo Central tinha registrado déficit primário recorde de R$ 743,255 bilhões. O resultado negativo decorreu dos gastos extras com o enfrentamento à pandemia de covid-19, que totalizaram R$ 520,9 bilhões no ano retrasado. Em 2021, o gasto com créditos extraordinários caiu R$ 366,5 bilhões; a despesa com ajudas a estados e municípios, R$ 89,4 bilhões; e o gasto com subsídios e subvenções, R$ 16,3 bilhões na comparação com o ano anterior. Segundo o Ministério da Economia, todas essas despesas estavam relacionadas ao combate à pandemia.
Desde 2014, o Governo Central tem tido resultados negativos. Para 2021, o Orçamento Geral da União prevê que o déficit primário chegue a R$ 79,3 bilhões. O aumento do déficit decorre da emenda constitucional que mudou a fórmula de cálculo do teto de gastos e abriu espaço para o governo implementar o Auxílio Brasil, programa de transferência de renda que substituiu o Bolsa Família.