Alexandre de Moraes prorroga novamente o inquérito que investiga suposta interferência de Bolsonaro na PF
Alexandre de Moraes, ministro do STF, prorrogou novamente por mais 90 dias o inquérito que investiga a suposta interferência política do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal (PF). O magistrado afirmou no despacho que as investigações precisam ser prorrogadas pois ainda existem diligências em andamento. “Considerando a necessidade de prosseguimento das investigações e a existência de diligências em andamento, nos termos previstos no art. 10 do Código de Processo Penal, prorrogo por mais 90 (noventa) dias, a partir do encerramento do prazo final anterior (27 de janeiro de 2022), o presente inquérito”, afirma a decisão.
O inquérito foi aberto em abril de 2020, quando Sergio Moro, afirmou, em sua demissão, que Bolsonaro tentou interferir politicamente na corporação. “O presidente me falou que tinha preocupações com inquéritos no Supremo, e que essa troca seria oportuna por esse motivo, o que gera uma grande preocupação”, declarou Moro. “O problema não é quem entra na PF. O problema é trocar o comando e permitir que seja feita a interferência política no âmbito da PF”, acrescentou o ex-ministro.
Bolsonaro já depôs à PF no último dia 3 de novembro, no Palácio do Planalto e explicou que Moro usou a possibilidade de ser indicado para o Supremo Tribunal Federal para negociar a troca no comando da corporação. “Nunca teve como intenção, com a alteração da Direção Geral, obter informações privilegiadas de investigações sigilosas ou de interferir no trabalho de Polícia Judiciária ou obtenção diretamente de relatórios produzidos pela Polícia Federal”, afirma a transcrição da oitiva.