Opinião

Embaixador da Argentina desmente narrativa da imprensa sobre dispensa da ajuda humanitária


Ontem (29), o presidente Jair Bolsonaro dispensou o envio de ajuda humanitária do governo da Argentina, segundo informação do governo do estado da Bahia. Porém, o embaixador da Argentina desmentiu claramente a narrativa da impressa brasileira. “Sinto, como um homem com experiência política, que estão distorcendo e interpretando mal a resposta dada pelo Governo Brasileiro à nossa ajuda”, afirmou o embaixador da Argentina, Daniel Scioli, em entrevista ao Estadão nesta quinta-feira (30).

“O governo simplesmente agradeceu e disse que, caso fosse necessário, aceitariam a oferta […] Em nenhum momento isso vai em detrimento nem da relação com a Argentina, nem com o espírito de solidariedade para com o Estado da Bahia”, afirmou o embaixador.

“A Argentina ofereceu assistência de dez homens ‘capacetes brancos’ para trabalho de almoxarife e seleção de doações, montagem de barracas e assistência psicossocial à população afetada pelas enchentes na Bahia.
O fraterno oferecimento argentino, porém muito caro para o Brasil, ocorre quando as Forças Armadas, em coordenação com a Defesa Civil, já estavam prestando aquele tipo de assistência à população afetada, inclusive com o apoio de três helicópteros da marinha e do exército”, explicou o presidente Bolsonaro.

Traduzindo, a ajuda oferecida pelos hermanos se resumia a dez pessoas que trabalham em almoxarifado, sem experiência alguma em enfrentamento de crises climáticas somente para montar barracas e selecionar corretamente as doações. Porém com tudo custeado pelo Governo Federal. O valor desses dez hermanos seria o equivalente ao de 100 brasileiros das forças armadas experientes em salvamentos e enfrentamento de crises.

Somente pode esse ‘motivo’ que o governo avaliou que a ajuda dos argentinos não seria necessária, mas o presidente afirmou que em caso de agravamento das condições, a ajuda “poderá ser acionada”.

Ontem Itamaraty aceitou doações da Agência de Cooperação do Japão, com barracas de acampamento, colchonetes, cobertores, lonas plásticas, galões plásticos e purificadores de água. Todo esse material chegará à Bahia por via aérea.




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