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Ex-gerente do Facebook faz críticas contra a rede social em conferência mundial


A ex-gerente do Facebook, Frances Haugen, foi um dos destaques da noite de ontem (1) no Web Summi, uma das maiores conferências de tecnologia do mundo. O Web Summit, realizado em Lisboa, contará com 4 dias de evento e mais de 40.000 espectadores em palestras e mesas redondas sobre temas como IA (inteligência artificial), ativismo social online, criptomoeda, tecnologia aliada ao meio ambiente e segurança de dados.

Haugen foi a responsável pelo compartilhamento de documentos internos do Facebook que revelaram detalhes do funcionamento da gigante de tecnologia. Este foi o 1º evento ao vivo do qual ela participou. Ela foi acompanhada pela CEO da Whistleblower Aid —organização sem fins lucrativos que representa pessoas que relatam potenciais ilegalidades por parte de grandes empresas ou governos.

A ex-funcionária da rede social voltou a dizer que o Facebook prioriza o lucro e não se importa com a segurança dos seus usuários. “Há um custo humano no que o Facebook faz”, falou. Segundo Haugen, a empresa encontrou uma forma de usufruir do ódio e da desinformação para lucrar. “O Facebook não tem qualquer segurança em alguns territórios, alguns deles muito frágeis”, disse ao usar a Etiópia como exemplo. “Um incidente de violência étnica está acontecendo agora [na Etiópia] e está sendo amplificado nas redes sociais”, onde há 100 milhões de pessoas, que falam 6 línguas e 95 dialetos. De acordo com ela, a questão linguística dificulta ainda mais a segurança.

Sobre a mudança de nome do Facebook para Meta, Haugen avalia que o Facebook agora tem um “metaproblema”, pois mais uma vez “escolheu expansão em vez de melhorar as plataformas que já tem”. “Precisamos de organizações mais saudáveis. Uma coisa que o Facebook tem que o Twitter não tem é o fato de as decisões passarem por apenas uma pessoa”, avalia a especialista em rede social, que já trabalhou em outras 4 empresas do setor. Para ela, o fundador e CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, é parte do problema, pois não tem a “segurança como prioridade”.

“Tenho fé que o Facebook pode mudar, tem um sonho muito bonito: ligar as pessoas”, afirmou Haugen. “Estou ansiosa por ver como o Facebook será daqui a 5 anos, acredito que o que estamos fazendo agora possa ter uma grande influência no futuro.”

Nick Clegg, vice-presidente de comunicação do Facebook, participará da conferência nesta 3ª feira (3). De acordo com a programação, ele abordará as inovações promovidas pela empresa na Europa. Ao todo, o evento contará com mais de 700 palestrantes, que passarão pelo palco principal e salas de debates.




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