Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia, afirmou nesta terça-feira (9), que o preço do petróleo deve aumentar com a chegada do inverno no Hemisfério Norte e o aumento do consumo. A declaração foi durante a audiência pública das Comissões de Infraestrutura e Temporária que discute as causas da crise energética do Senado.
O ministro explicou a alta de preços dos combustíveis em 2021. “Por que houve aumento? Principalmente pela alta do petróleo, 60% só em 2021, e com tendência, com a chegada do inverno no hemisfério norte, de subir um pouco mais”, pontuou Albuquerque.
Albuquerque também explicou aos senadores que, embora a produção de petróleo no Brasil tenha aumentado em 2021, no restante do mundo, ela diminuiu, o que gera uma crise de oferta e demanda. Outro problema que reflete na crise energética é a desvalorização do real em comparação ao dólar.
“O preço saiu de US$ 66, em janeiro de 2020, e o valor subiu, hoje está em US$ 84. E se formos ver a desvalorização cambial, o dólar saiu de R$ 4 em janeiro de 2020 e hoje está em R$ 5,55. Isso tudo leva a aumento nos preços dos combustíveis”, explicou o ministro.
Albuquerque negou interferência do governo federal neste setor da Petrobras e lembrou que, sendo uma empresa pública de economia mista, a estatal não pode sofrer interferência do governo na fixação dos preços dos combustíveis. Ele também adiantou aos senadores que o governo estuda criar um “colchão tributário” e uma reserva estabilizadora de preços para conter a alta nos preços. Uma proposta nos mesmos moldes já havia sido sugerida pelo Fórum de Governadores ao ministro da Economia, Paulo Guedes.
Ainda segundo Bento Albuquerque, a redução de tributos para resolver o problema dependerá de compensações. “Alguns tributos já foram reduzidos, outros estão em análise, tem que haver compensação. O colchão tributário, que é uma medida que pode permitir, ao longo do tempo, que essas variações dos preços do petróleo e também dos combustíveis sejam compensadas de alguma forma. E uma reserva estabilizadora de preço, que seria uma reserva de capital que pudesse ser aplicada quando houvesse uma volatilidade muito grande”, resumiu o ministro.
Hoje, outra comissão do Senado, a de Assuntos Econômicos, aprovou o convite para que Bento Albuquerque fale sobre a atual política de preço dos combustíveis no colegiado. Além dele, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna também serão convidados. A audiência pública ainda não tem data marcada.
