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Denunciante pede regulamentação do Facebook a legisladores dos EUA


Com informações da AFP

Uma denunciante do Facebook sustentou perante legisladores dos Estados Unidos, nesta terça-feira (5), que a gigante das redes sociais alimenta a divisão, prejudica as crianças e precisa ser regulamentada com urgência, levando membros do Congresso a se comprometer em adotar medidas longamente adiadas.

Frances Haugen, ex-funcionária do Facebook, depôs no Capitólio depois de ter vazado para as autoridades e ao jornal The Wall Street Journal um enorme arquivo de investigações internas do Facebook que alimentou uma das crises mais graves da empresa.

Em seu depoimento, Haugen destacou o risco do poder nas mãos de um serviço que se tornou necessário no cotidiano de tantas pessoas. “A empresa oculta intencionalmente informação vital aos usuários, ao governo dos Estados Unidos e aos governos de todo o mundo”, disse. “A gravidade desta crise exige que deixemos nossos marcos normativos anteriores”.

Haugen falou perante os senadores um dia depois de o Facebook, seu aplicativo para compartilhamento de fotos Instagram e o serviço de mensagens instantâneas, WhatsApp, ficarem fora do ar por aproximadamente sete horas, afetando “bilhões de usuários”, segundo o rastreador Downdetector.

“Esta é minha mensagem para (o diretor executivo do Facebook) Mark Zuckerberg. O seu tempo de invadir nossa privacidade, promover conteúdo tóxico e se aproveitar de crianças e adolescentes acabou”, disse o senador Ed Markey. “O Congresso tomará medidas (…) Não permitiremos que a sua empresa continue prejudicando nossas crianças, nossas famílias e nossa democracia”, acrescentou.

A senadora Amy Klobuchar considerou que as revelações da denunciante representam o empurrão de que se precisava há tempos para o Congresso agir.

Os legisladores americanos ameaçam há anos regulamentar o negócio do Facebook e de outras plataformas para fazer frente às críticas de que as gigantes da tecnologia invadem a privacidade, servem de megafone para a perigosa desinformação e prejudicam o bem-estar dos jovens.

O Facebook repudiou firmemente as revelações de Haugen e
o vice-presidente de política e assuntos globais, Nick Clegg, rebateu com veemência a afirmação de que suas plataformas são “tóxicas” para os adolescentes, dias depois de uma tensa audiência de várias horas no Congresso, na qual os legisladores interrogaram a empresa sobre seu impacto na saúde mental dos jovens usuários.




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