Bolsonaro tem live derrubada por ler notícia que associa vacina da Covid-19 ao aumento de risco de AIDS
Na noite de ontem (24), o Facebook derrubou a live semanal do presidente Jair Bolsonaro transmitida na última quinta-feira (21). O vídeo não está mais disponível nem no Facebook nem no Instagram.
De acordo com porta-voz da big tech, o motivo para a exclusão foram as políticas da empresa relacionadas à vacina da Covid-19. “Nossas políticas não permitem alegações de que as vacinas de Covid-19 matam ou podem causar danos graves às pessoas”.
O fato ganhou repercussão na imprensa nacional. Em sua live, Bolsonaro leu uma notícia que alertava que “vacinados corriam risco de desenvolver a síndrome da imunodeficiência adquirida” (Aids).
Médicos afirmam que a associação entre o imunizante contra o coronavírus e a transmissão do HIV, o vírus da Aids, é falsa e inexistente. Porém, tal informação já foi noticiada em 20 de outubro de 2020 pela Forbes, também pela Revista Exame e diversos outros sites noticiosos na época por causa de uma publicação de um estudo divulgado pela ‘The Lancet’, uma das principais revistas na área de publicações científicas.
O estudo realizado por um grupo de pesquisadores, publicado no dia 19 de outubro de 2020, alertava que algumas das vacinas contra a Covid-19 podiam aumentar o risco de infecção por HIV.
Na publicação, os pesquisadores falam sobre os esforços para criar uma vacina contra o HIV há mais de uma década, em que uma vacina candidata promissora na verdade aumentou o risco de alguns homens pegarem o vírus. No caso específico, a vacina fez uso de um vírus modificado chamado adenovírus 5 (Ad5) como vetor para transportar parte do material genético do HIV para o corpo. Veja a publicação na ‘The Lancet’.
A associação das vacinas contra a Covid-19 com a Aids não é um assunto novo. Em outubro de 2020, Outro artigo aborda o mesmo problema e foi publicado pela revista Science, o artigo relata que um grupo de pesquisadores desaconselhou o uso das vacinas em locais que apresentem epidemia de Aids, como a África do Sul. Segundo eles, o mecanismo de ação das vacinas nas células de organismos mais debilitados pode facilitar a infecção pela Aids.
Há um caso de suspensão do uso da vacina por esse motivo: na Namíbia, o governo deixou de distribuir a russa Sputnik, depois que a agência de regulação sanitária da África do Sul apontou a mesma preocupação. Os fabricantes do imunizante negam a relação e dizem que a Sputnik seria segura.
O senador Alessandro Vieira (Cidadania) protocolou um requerimento pedindo que a CPI da Covid analise as declarações. No documento, o senador sugere que o conteúdo da fala seja enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Confira a live do Presidente Jair Bolsonaro.