Bolsonaro diz que deve se filiar ao PP ou ao PL
Em entrevista hoje (27) ao canal Jovem Pan News, que estreou nesta manhã, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) declarou que decidirá em breve qual o partido se filiará para disputar as eleições de 2022. Ele revelou que está entre o Progressistas (PP) e o Partido Liberal (PL). “Hoje em dia está mais para o PP e o PL. Me dou muito bem com os dois partidos. Eu converso com as lideranças desses partidos que eu tenho interesse, caso dispute a eleição, sobre termos uma bancada no Congresso. Eu tenho interesse em indicar metade dos candidatos ao Senado, pessoas perfeitamente alinhadas conosco”, disse Bolsonaro.
O presidente não confirmou se realmente irá disputar a reeleição à Presidência da República em 2022. Segundo Bolsonaro, ele não pensa em política no momento. “Eu não penso em política, senão eu não trabalho. Mas eu tenho que ter um partido de qualquer maneira. Eu não sei se vou disputar a reeleição ou não. Está cedo ainda”, afirmou o chefe do Executivo.
Ainda que seja cedo para iniciar a campanha para 2022, o presidente reconhece que está atrasado na escolha de um partido. Bolsonaro tem até março de 2022 para se filiar a uma legenda. “Estou atrasado nisso, mas a escolha de um partido é que nem um casamento. Mesmo escolhendo a gente tem problema, imagina escolhendo de atropelo”, apontou.
O presidente criticou também os efeitos negativos do relatório da CPI da Covid-19 na imagem do Brasil perante ao mundo. “A CPI causou um estrago. Não em cima de mim, porque eu estou aqui para apanhar também. Eu não estou preocupado com a minha biografia minha, eu sou um general que está na frente de combate. Eu estou levando tiro o tempo todo e não tem problema nenhum. Mas para fora do Brasil a imagem é péssima. Acreditam que estamos vivendo aqui em uma ditadura”, avalia o presidente, que acredita que o relatório de Renan Calheiros foi uma vingança à família Bolsonaro, que ajudou a eleger Davi Alcolumbre como presidente do Senado Federal em 2019. “Quem tem um pouco de juízo sabe que aquilo foi uma palhaçada. Foi a CPI do Renan Calheiros. Talvez para se vingar, porque quem decidiu a eleição do Alcolumbre em 2019 foi o meu filho, quando ele abriu o voto no Alcolumbre”, relembra.
O presidente Jair Bolsonaro defendeu a aprovação Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos Precatórios como forma de possibilitar a criação do Auxílio Brasil, novo programa social em substituição ao Bolsa-Família. Para ele, o novo benefício é uma forma de superar a crise econômica gerada pelo distanciamento social. Ele disse ainda que as críticas recebidas a respeito da alternativa encontrada pelo Ministério da Economia visam prejudicar o seu governo. “O objetivo é me sufocar pela economia. Os caras querem me tirar daqui de qualquer maneira”. O mandatário do Palácio do Planalto assegurou que o teto de gastos não será ultrapassado. “Não vai ter [furo no teto de gastos], mas não podemos deixar de olhar para o pessoal mais pobre”, acrescentou. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), garantiu que a Casa vai votar a PEC dos Precatórios nesta quarta-feira. “Que coloque em pauta [a PEC dos precatórios]. Se não passar, paciência”, finalizou o presidente.