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Caso Joice Hasselmann: Remédio usado pela deputada tem como efeito colateral apagões de memória e até acidentes


Após o suposto atentado sofrido pela deputada Joice Hasselmann no dia 18 de julho, foi levantada uma discussão sobre os efeitos colaterais do zolpidem, remédio usado para indução do sono do qual a deputada faz uso regular.

A deputada revelou em entrevistas fazer uso do Stilnox, remédio à base de zolpidem, há cerca de 20 anos. Essa medicação foi desenvolvida há quase trinta anos com o objetivo de regular o sono de pessoas que fazem viagens internacionais. É uma substância segura se usada de acordo com recomendações da bula, mas mesmo assim, cerca de 5% das pessoas que fazem uso dessa medicação estão sujeitas à amnésia, principalmente nas primeiras horas após a ingestão da medicação.

A Folha publicou vários relatos de pessoas que fazem uso da mesma medicação que a deputada, muitos relataram problemas com memória recente, sonambulismo entre outros relatos

Segundo a deputada, na noite anterior ao ‘atentado’, estava assistindo a uma série e tomou seu “remedinho para dormir”. Joice relatou que o marido foi para o quarto enquanto ela continuou a ver TV, mas não se lembra do que ocorreu depois. No dia seguinte, acordou no chão, machucada e sem saber o que aconteceu.

A assessoria da parlamentar enfatizou que “os médicos descartaram a possibilidade de uma queda acidental” ter provocado as escoriações.

As câmeras de segurança do prédio onde fica o apartamento funcional da deputada não registraram a entrada de nenhuma pessoa estranha entre os dias 15 e 20 de julho, segundo perícia da Polícia Legislativa, que apura o caso. Laudos também apontam que ela não deixou o apartamento no período.

O caso da deputada foi enviado para o Ministério Público Federal, que pediu novas diligências. A Polícia Civil do Distrito Federal também investiga o atentado.

Desenvolvida há 30 anos, de início para regular o jet lag de pessoas que fazem viagens internacionais, a substância é considerada segura pelos médicos desde que usada de acordo com as indicações da bula, na dose certa e por tempo adequado. A bula do medicamento alerta sobre “as propriedades farmacológicas do zolpidem, que podem causar sonolência, diminuição dos níveis de consciência —levando a quedas e, consequentemente, a lesões severas—, sonambulismo ou outros comportamentos incomuns (como dormir na direção e durante a refeição), acompanhado de amnésia”.

Após prestar depoimento na Polícia Civil, no dia 26, Joice Hasselmann afirma acreditar que o responsável pelo suposto atentado é alguém que a “odeia muito” e que tinha como objetivo dar um susto nela.

“Eu já sofri muitas ameaças para parar, ameaças verbais, de estupro. Talvez tenha sido um recado mais duro, tipo ‘somos capazes de ir além'”, declarou ela a jornalistas.

“O recado foi entendido, mas eu não vou fazer o que eles querem. Eu não vou me acovardar”, afirmou a parlamentar. “A única coisa que eu descarto é uma tentativa de assalto, porque eu tinha um computador que vale quase 30 mil reais, eu estava com os brincos, anéis e bolsa com cartão de crédito e dinheiro”, finalizou a deputada.

 




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