Política

Aécio Neves chama Doria de “desqualificado” e metralha acusações


Na noite de ontem, segunda-feira (23), o governador de São Paulo, João Doria, atacou o deputado Aécio Neves ao fazer insinuações sobre alianças de seu colega de partido.

“Não me entreguei a Bolsonaro. Não faço acordos com Bolsonaro, não me reúno no Palácio da Alvorada nem no Palácio do Planalto com o presidente Bolsonaro, como faz Aécio Neves. Não negocio emendas na calada da noite com Bolsonaro para defendê-lo depois na Câmara. Eu apenas lamento que ele esteja no mesmo partido que eu”, afirmou o governador paulista.

Doria ainda afirmou que “Aécio Neves tem a síndrome da derrota. E começou a sua pior derrota naquele triste telefonema para um empresário aqui de São Paulo, pedindo propina. Eu entendo que pessoas que pedem propina a empresário deveriam se afastar (…) Ele não teve essa grandeza, e não teve a grandeza agora porque trabalhou a sua bancada, se é que podemos chamar assim, para votar a favor de Bolsonaro, contra a democracia. E, na hora do vamos ver, se absteve. Foi um covarde mais uma vez (…). Ele é um pária dentro do PSDB e tem a síndrome da derrota.”

O deputado, por sua vez, publicou uma nota oficial em resposta aos ataques de Doria, e ainda aproveitou para acusá-lo de “transformar o PSDB num balcão de negócios”.

Leia a nota na íntegra:

Doria é um desqualificado.

Perdeu as condições de ser candidato à própria reeleição pela sua enorme rejeição e acha que pode comprar o PSDB para satisfazer o seu fetiche de ser candidato a presidente da República.

Falta a ele dimensão e caráter para liderar qualquer projeto nacional.

De forma oportunista, se ajoelhou aos pés de Bolsonaro implorando apoio, criando o inesquecível Bolsodoria, e tenta a todo custo fazer com que as pessoas se esqueçam disso.

Traiu o seu padrinho político, Geraldo Alckmin, da forma mais covarde e humilhante possível, desrespeitando e atropelando a história do partido, para abrir caminho para a sua ambição.

A obsessão em me atacar é fruto da sua interpretação de que também sou um obstáculo a que ele se transforme em dono do PSDB.

Quanto às acusações que me fez, ele demonstra mais uma vez a sua leviandade. Fui vítima de uma armação criminosa que será desmascarada na Justiça.

Minha vida pessoal já foi toda investigada e não existe um centavo de dinheiro público ou de origem duvidosa do qual tenha me beneficiado.

Ao contrário, quem fez fortuna às custas de empresários, foi o Sr. João Doria através das doações milionárias feitas ao seu Lide.

Recentemente, a própria imprensa publicou denúncias sobre a relação suspeita que a entidade mantém com empresários beneficiados pelo governo de São Paulo. Trata-se de acusação que merece ser melhor investigada.

Hoje, numa prática que jamais havia ocorrido no PSDB, seus emissários viajam pelo país oferecendo pagar dívidas de campanhas passadas e financiamento para campanhas futuras para tentar comprar o resultado das prévias partidárias.

Tenta, a todo custo, transformar o PSDB num balcão de negócios. O PSDB não é o Lide, Sr. João Doria, o PSDB não está à venda.

O PSDB é fruto de uma construção coletiva, da qual participo há cerca de 30 anos. Não vamos permitir que ele seja tomado por um arrivista, cujo único objetivo é satisfazer seu próprio ego e sua ambição doentia.

AÉCIO NEVES”




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