Reforma tributária não aumentará impostos, afirma Guedes
A proposta de reformulação do Imposto de Renda, ainda em tramitação na Câmara dos Deputados, não vai aumentar os impostos, segundo declaração realizada nesta sexta-feira (9) pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele admitiu a possibilidade de alguns ajustes no texto, mas afirmou que o texto está “na direção correta” e reiterou a defesa da tributação de dividendos (parcela do lucro das empresas distribuída aos sócios e acionistas).
“Vai sair bem feita ou não vai sair. Não vai ter esse negócio de aumentar imposto”, declarou Guedes em videoconferência para a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Durante a transmissão, o ministro voltou a defender a cobrança do Imposto de Renda sobre dividendos, que prevê alíquota de 20% sobre a distribuição desses recursos, com lucros de até R$ 20 mil mensais isentos. Sem muitos detalhes, o ministro citou pressões contrárias para evitar a tributação dos mais ricos, possibilitada pela medida.
“A renda dos mais ricos, não interessa se vem de salário, de aluguel, de bônus bilionários ou se vem de dividendos. Ela deveria cair no progressivo e ponto final. Nós temos tecnologia para fazer tudo direito, mas você sabe que tudo é mais difícil no mundo real, tem lobby, tem pressão”, afirmou Guedes.
Segundo Guedes, o ideal seria que todos os tipos de renda, até os ganhos com dividendos, pagassem as mesmas alíquotas do Imposto de Renda Pessoa Física, que atualmente vão de 7,5% a 27,5%. O ministro, no entanto, disse que esse modelo poderá ser adotado no futuro, mas que não pode ser implementado neste momento.