Polícia

PF é recebida a tiros por empresário que se esconde em consulado


A Polícia Federal está cumprindo 25 mandados, sendo 19 de busca e 6 de prisão temporária, em Manaus (AM) e Porto Alegre (RS) na manhã desta quarta-feira (2) por determinação do STJ. O tribunal ordenou também o sequestro de bens e valores totalizando R$ 22,8 milhões.

A PF prendeu Marcellus Campelo, secretário de Saúde de Manaus, e fez buscas na residência do governador do Amazonas, Wilson Lima e em seu gabinete. Os demais alvos são empresários investigados por crimes de fraude licitatória, desvio de recursos públicos e organização criminosa.

A Polícia Federal foi recebida a tiros pelo empresário Nilton Lins, proprietário do hospital alugado pelo governo de Wilson Lima. Lins é alvo de mandado de prisão, após a troca de tiros, se abrigou no Consulado da Suécia em Manaus.

O ministro do STJ, Francisco Falcão, determinou a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático de todos os investigados, inclusive do governador do Amazonas. Lima já foi alvo de dois processos de impeachment, em dois anos de governo, mas ambos foram arquivados.

A PF informou, em nota oficial que “segundo as investigações, há indícios de que funcionários do alto escalão da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas realizaram contratação fraudulenta para favorecer grupo de empresários locais, sob orientação da cúpula do Governo do Estado, de um hospital de campanha. De acordo com os elementos de prova, ele não atende às necessidades básicas de assistência à população atingida pela pandemia COVID-19, bem como coloca em risco de contaminação os pacientes e os funcionários da unidade.

Verificou-se, ainda, que contratos das áreas de conservação e limpeza, lavanderia hospitalar e diagnóstico por imagem, todos os três firmados em janeiro de 2021 com o Governo do Amazonas, cujos serviços são prestados em apoio ao hospital de campanha, contêm indícios de montagem e direcionamento de procedimento licitatório, prática de sobrepreço e não prestação de serviços contratados.

Os indiciados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de fraude à licitação, peculato e pertencimento a organização criminosa e, se condenados, poderão cumprir pena de até 24 anos de reclusão.

 




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